quinta-feira, 26 de julho de 2012

Deixe-se conduzir

Em meus cursos já me deparei com alunos de vários tipos. Há aqueles interessados, também os que parecem que nem sabem o que estão fazendo ali, os atentos e os que dormem nas aulas, os participativos e os atenciosos. Porém, um tipo que, apesar de não ser maioria, de maneira alguma, sempre se faz presente, é aquele que eu chamo de douto desconhecedor.

domingo, 22 de julho de 2012

A inescapável realidade

Viver na verdade não é uma decisão por obediência, mas uma necessidade por sanidade. Ninguém pode manter-se são se aceitar a inconstância da ilusão. É verdade que muitas vezes a sedução das quimeras parece irresistível, com sua promessa de paz, com sua oferta de despreocupação. Se a realidade é um algoz, e se viver é uma dádiva fatal, a procura pelo caçador que expulsará o dragão do que é urge.

Sou a favor do desarmamento

Sou absolutamento a favor do desarmamento, desde que todos sejam desarmados, inclusive os governos. Se não é possível tirar as armas de todos, então que, pelo menos, todos tenham oportunidades iguais.

 

sábado, 21 de julho de 2012

As nove esposas de Maomé

O Islam ensina que o homem pode ter, no máximo, quatro esposas. No entanto, Maomé tinha nove esposas. A explicação, segundo o Dr. Yossef Al- Kharadwai é que o profeta "foi isentado por Deus pelo bem da propagação da mensagem do Islam durante o seu tempo de vida e por causa da necessidade da comunidade mulçumana após a sua morte". Bem conveniente, não? Se alguém me explicar o motivo de o profeta ter nove esposas ser um bem e uma necessidade para o Islã ficarei grato.

 

quinta-feira, 19 de julho de 2012

O desafio da educação de adultos


"Apenas 1 em cada 4 brasileiros domina leitura, escrita e matemática, segundo pesquisa" fonte UOL Educação

Conhecimento é liberdade. Diriam alguns, em contestação, que não o conhecimento, mas a verdade é que liberta, como se ela pudesse ser alcançada em um átimo, negligenciando os processos naturais de percepção e pensamento. Além de gnóstica, esta é uma ideia que favorece a estupidez orgulhosa e impede o desenvolvimento do saber.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

A necessidade dos intelectuais

As mazelas da humanidade te atraem e vês tudo pelo seu lado mais sombrio. Realças as dificuldades da vida, tens uma tendência tétrica à desgraça e alimentas uma paixão doentia pela tragédia. Quem te ouve pergunta se tu não sofres de alguma enfermidade, pois o que tu dizes realça as tristezas deste mundo.

sábado, 30 de junho de 2012

A religião do homem

O cristianismo existe para ti, saibas isso. Para quem tu achas que Cristo padeceu na cruz? E sua encarnação, não ocorrera por ti? Se há uma redenção, não há para te redimir? Jesus não morreu pela humanidade sem rosto, sem identidade. Não foi pela multidão que Ele entregou seu espírito. O que Cristo fez, o fez para homens individuais, para seres únicos.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

A guerra deste tempo

Sentes a tensão de fazer o que não queres e não fazer o que queres? Saibas que esse é um dilema essencialmente cristão. Apenas este tem consciência de que ainda se encontra infinitamente abaixo da perfeição divina, quer progredir na santidade e se depara com uma natureza transgressora da verdade. Quem não se coloca sob a direção divina vive na paz infernal de fazer o que deseja.

terça-feira, 19 de junho de 2012

As bordas da teologia II

Quanto a tu, depositário da ortodoxia, guardião das chaves da hermenêutica e dos segredos da exegese, se conheces a verdade e sabes as profundezas das Escrituras, por que não atentas para os perigos de teu próprio entendimento? Te ufanas de tua fidelidade à doutrina, de teu zelo religioso e de seres amante da sã teologia e não percebes que teu conhecimento te enreda como a prostituta proverbial?
Amas a letra como um serviçal, te submetes a ela como um escravo e, por isso, não vês que há verdades mais profundas que se escondem além das primeiras aparências. Negas os símbolos, rechaças as alegorias e acaba por ser enganado por tuas rasas interpretações, que são nada mais do que ciência material.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

As bordas da teologia I

A teologia brasileira está polarizada. Sim, vos enfrentais como adversários mortais, encarando-vos e anatematizando-vos mutuamente. Vedes o outro como a personalização do mal, como a encarnação do diabo, como o promotor da morte. Enxergais aqueles que do lado oposto estão como os defensores do desvirtuamento do verdadeiro Evangelho, crendo, sinceramente, que lá se apresentam os lobos vestidos em peles de cordeiro.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

O ateu e a Bíblia

Posso compreender perfeitamente, e até mesmo respeitar, tua crença de que a Bíblia não é uma revelação divina. Afinal, isso depende de alguma fé, e esta pressupõe alguma experiência e comunhão com Deus. No entanto, negar que sobre suas letras a civilização na qual vives e da qual usufruis fora construída chega às raias da ignorância.

domingo, 10 de junho de 2012

O ideal cristão

"Para chegar ao lugar desejado é precso dirigir-se, com todas as forças, a um ponto muito mais alto. Baixar o nível do ideal é não só diminuir as probabilidades de alcançar a perfeição, mas destruir o próprio ideal (...) Uma perfeição possível perderia qualquer influência sobre a alma humana"
Liev Tolstói, em O Reino de Deus está em vós, pág. 99.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Não apenas tu

Por quanto tempo ainda permanecerás imerso nas profundezas de teus próprios pesadelos? Abre teus olhos um pouco e vê como todos nos debatemos nesse mar de vida, e todos lutamos para não submergir. Tu acreditas sinceramente que estás sozinho e que a Providência te abandonou. Então, olha ao redor e observa como todos estão lutando; não há ninguém em paz. Lembra-te: no mundo terás aflições. Estas são parte da própria estrutura da existência temporal. Será que ainda persiste a sensação de seres tu o mais desgraçado?

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Descrição do Inferno

Vivemos de uma maneira pela qual quase não percebemos a finalidade do nosso ser, que é estar com Deus. Em meio à confusão da realidade, consequência da Queda, a atração para o divino é algo praticamente não perceptível.

Após a morte, no entanto, a verdade se restabelecerá e essa necessidade do ser se mostrará por inteiro.

Imagine, então, o terror de vivenciar isso, experimentar isso, e estar absolutamente impossibilitado de realizá-lo. 

Isso é o Inferno!

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Aos letristas

Aviso aos amantes da letra, aos que acreditam que os textos (mesmos bíblicos) respondem todas as questões da existência: palavras são símbolos que fazem referência a uma realidade exterior; não são elas mesmas realidades.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

PL 122/06: a vitória dos derrotados

Ceder, muitas vezes, não significa abrir mão de algo, mas, sim, a concretização plena de seus objetivos. Quando a bancada evangélica anunciou, há algum tempo, que apresentaria um substitutivo ao Projeto de Lei 122/06, preservando as igrejas no direito de expor seus pensamentos acerca da homossexualidade, muitas pessoas comemoraram, quando, na verdade, deveriam lamentar.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

O caos intelectual

O problema da geração atual é que está preocupada demais com o que sente e não com o que pensa. Quando ouvi essa fala atribuída à primeira ministra britânica Margareth Thatcher, no filme que conta sua história, “Dama de Ferro”, passei a refletir sobre ela. Não sei se a política inglesa disse isso mesmo, mas a ideia povoou a minha cabeça desde então. Comecei a observar que, realmente, mesmo entre pessoas consideradas cultas, o elemento definidor das ações e, até mesmo, dos pensamentos, não é a razão, mas o sentimento. Percebi que as pessoas defendem suas ideias não pela coerência intrínseca delas, mas por alguma questão mais emocional, que as liga a elas.

É óbvio que essa proeminência do sentimento destrói a coerência das coisas. Quando o sensível tem prioridade, não se pode mais esperar que os atos sejam justos. Isso porque o elemento motivador não estará fundamentado na coesão do pensamento, mas na impressão superficial.

O resultado disso é que não dá para confiar no que as pessoas defendem, pois suas escolhas, invariavelmente, estão mais ligadas aos seus afetos do que às razões. Mesmo pessoas instruídas acabam por agir baseadas no apego que têm a certos valores e ideias, manifestando que seus sentimentos são os definidores de seus atos e palavras. A coerência passa a ser apenas uma tentativa, a posteriori, de justificar suas escolhas.

Vejo isso na filosofia, na teologia, na religião e em tudo o mais que esteja envolvida a necessidade de um pensamento mais intelectualizado. A partir daí, tem início o que eu chamo de danças teológicas ou danças filosóficas, que nada mais são do que tentativas de logicização de uma escolha estritamente emocional. Após isso, toda a coerência exterior, ou lógica, perde sua confiabilidade, pois contaminada em sua raiz. Não me lembro de ter conhecido alguém que defendesse uma doutrina somente após o estudo de muitas outras. Invariavelmente, sua escolha é baseada em impressões e o restante de sua vida uma racionalização justificadora dessas impressões.

Dessa forma, a própria autoridade perde sua força. Ora, é muito comum, e saudável, que confiemos em alguns homens pela sua sabedoria e conhecimento. São como guias que, em meio às nossas trevas, indicam o caminho para trilharmos. São homens que deveríamos dar crédito, ainda que não compreendêssemos exatamente as razões. Seriam os desbravadores que, abrindo a mata do conhecimento, permitem que adentremos nela com os pés mais seguros. No entanto, quantos são os homens em quem, nesse sentido, podemos confiar? Sabendo que quase todos estão apenas refletindo suas escolhas e justificando-as, está cada vez mais difícil acharmos aqueles aos quais podemos chamar de mestres.

O resultado é o caos intelectual. Se não há autoridades confiáveis, cada um segue seu caminho, interpretando a realidade de seu jeito, e pior, normalmente cometendo o mesmo erro: priorizando o sentimento. Faltam líderes: homens que, desapegados do espírito de grupo, dos compromissos sociais e da aprovação dos pares, se tornem referências para as quais podemos olhar e confiar. 

sexta-feira, 30 de março de 2012

A pedofilia promovida e atestada

O impensável já começou a acontecer. O próprio tribunal superior do país já está julgando a favor da pedofilia. E isso só acontece porque, em alguns momentos antes, da mesma forma usurpadora, o mesmo tribunal legislou, como também fez o tribunal supremo, e, como suas decisões foram favoráveis ao gosto de esquerdistas, ninguém falou nada.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Mais que palavras - uma crítica ao letrismo

quarta-feira, 28 de março de 2012

O diabo de leitor

Talvez a melhor estratégia para bem escrever seja pensar em si mesmo como o leitor; na verdade, como o único leitor. Isso porque o que corrompe a pureza das ideias é a intenção de convencer ou de ser reconhecido. Quando se escreve para os outros, sempre há o risco de trair a si mesmo.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Ser forte

O cristianismo de um homem é conhecido proporcionalmente a sua capacidade de se colocar em uma oposição defensiva contra o mundo. Se há um mínimo de vacilo, o mundo o engole; se há concessões, ele o destrói. Isso porque o mundo não é amigo de ninguém, mas apenas de seus próprios valores. Não é amigo de ninguém porque, para ele, o homem, em sua individualidade independente, é um bastião a ser derrubado, pois o mundo não aceita quem não o recebe.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Molhe seus pés (como tomar uma decisão difícil)

Um homem cristão tem como princípio que sua vida é direcionada pela vontade de Deus. Em tese, isso é bem claro, no entanto, na prática, quando ele tem que tomar decisões concretas, isso pode virar um verdadeiro tormento. Isso porque, temeroso por não desobedecer os desígnios divinos, e, ao mesmo tempo, sem enxergar com claridade quais são esses desígnios na situação de fato, ele se vê em uma encruzilhada. Nessa hora, isso pode paralisá-lo.

segunda-feira, 19 de março de 2012

sexta-feira, 16 de março de 2012

Palestra: A Salvação vem pelo conhecimento

Hoje à noite proferirei a palestra: A Salvação vem pelo Conhecimento.

O evento será às 20h30min, no NEC, à Avenida Afonso Pena, 314, cj. 72, Boqueirão, Santos/SP.

Haverá, ainda, transmissão ao vivo pelo site 
http://www.necfabioblanco.com.br.

Venha participar! Haverá, também, a possibilidade de fazer perguntas ao palestrante.



quinta-feira, 15 de março de 2012

A força do mundo

O homem tem três inimigos: o diabo, a carne e o mundo. Entre eles, porém, me parece que o mais poderoso é o mundo. Isso porque, enquanto o diabo ataca o espírito e suas pretensões e a carne a vontade e seus desejos, é o mundo que impõe suas forças pela necessidade. É por causa da necessidade de aprovação e de atenção que muitos se entregam ao consenso e vendem suas almas e sua identidade. É pela necessidade de sustento que muitos abdicam do conhecimento, abandonando qualquer interioridade em favor de uma luta inglória pelo pão de cada dia.

sábado, 10 de março de 2012

No dia 09 de março, nas dependências do NEC, fiz um desagravo e uma contestação ao padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior.

A contestação se deveu a uma declaração do padre de que os protestantes são "otários" por não aceitarem intermediários entre eles e Deus.

O desagravo, por outro lado, deve-se ao fato do padre estar sofrendo uma perseguição, dentro da Igreja Católica, por conta de seus ensinamentos e sermões.

O evento foi voltado para os alunos e frequentadores do NEC e tinha, primariamente, um objetivo teológico. No entanto, com o desenrolar dos fatos, entendi que se fizesse apenas a contestação teológica, estaria me omitindo em relação a algo de extrema importância, que é a tentativa de setores da Igreja Católica de calar o padre.

Também não achei conveniente fazer o desagravo sem dar uma explicação teológica, pois as declarações do padre Paulo soaram muito mal no meio protestante.

Com isso espero mostrar o quanto é possível haver discussões doutrinárias sem oposição, já que os inimigos são comuns e o que afeta a Igreja Católica tem afetado a Igreja Protestante também.

Aqui, o link para o vídeo no qual o padre Paulo Ricardo denuncia o espírito mundano dentro da Igreja.

Aqui, o link para o vídeo no qual o padre Paulo Ricardo chama o protestantismo de orgulhoso.

Abaixo, o vídeo do evento.



Christian Post teria cometido fraude jornalística?

Depois da inesperada repercussão do meu artigo Bispo esquerdista morto se torna sábio por boca "conservadora", o Pr. Renato Vargens negou publicamente ser o autor das declarações comprometedoras publicadas originalmente em inglês pela Christian Post, as quais permaneceram intactas durante dez dias no site da agência evangélica americana, desaparecendo sem qualquer nota explicativa.
"Dom Robinson foi um homem de grande sabedoria divina", teria dito o pastor. Esta foi a declaração, traduzida do texto em inglês, e que não se encontra mais no site da agência de notícias. Considerando que o bispo era um militante esquerdista convicto e o pastor Vargens um homem com acesso livre ao meio conservador protestante, é óbvio que a frase era impactante. Foi isso que ressaltei no meu último artigo e que tanta controvérsia causou, além de reações indignadas.
Ora, o jornalismo possui algumas regras elementares e uma delas é apresentar como palavras literais apenas aquilo que foi dito literalmente. Se o contrário é permitido, ou seja, apresentar apenas em contexto o que foi dito ipsis litteris, colocar entre aspas o que não foi dito é mais do que um erro jornalístico, é uma fraude!
No entanto, é isso que, querendo ou não, o pastor Vargens está afirmando, quando em seu post, Estabelecendo a verdade, diz: "...no texto em inglês, a declaração sofreu alguns acréscimos que não correspondem ao que eu afirmei no dia em que dei a entrevista".
Isso significa que, segundo essa afirmação de Vargens, a Christian Post adicionou uma fala inexistente do pastor em seu texto. Ora, isso fere qualquer manual de ética jornalística, pois, no caso da matéria em questão, pela forma como foi apresentada a fala do senhor Vargens, o que ficou evidenciado ao leitor era que o pastor admirava grandemente o bispo esquerdista.
Se a agência americana inventou a fala, cometeu um abuso intolerável, dando o direito ao pastor Renato Vargens de ingressar imediatamente com uma ação de indenização por danos morais contra a empresa jornalística.
Não haveria problema algum em transformar uma declaração literal em apenas um citação contextualizada. No entanto, transformar em declaração o que sequer foi dito é um crime!
Algumas perguntas, no entanto, ficaram irrespondidas. Se o pastor não falou nada, por que a Christian Post colocou a frase? Qual era a intenção da agência de notícias? Por que o texto em português estava diferente? Por que no parágrafo do texto em português parece que o elogio é feito pela própria Christian Post, sendo que durante toda a matéria ela se ateve apenas a descrever os fatos? Quem considera o bispo Robinson um homem de grande sabedoria divina, o pastor Vargens ou a Christian Post?
Essas perguntas não são irrelevantes. Se houve alteração ou acréscimo às declarações de Vargens, estamos diante de uma fraude jornalística evidente, que coloca em dúvida a honestidade e transparência da agência de notícias. Se ela alterou dessa maneira o texto do pastor, quantos outros textos mais pode ter alterado?
Talvez o pastor Renato Vargens não tenha percebido, mas, de acordo com seu próprio relato, fora vítima de uma ação irresponsável da revista. E que não venham dizer que a declaração posta não tinha relevância. A importância de uma frase não está em sua extensão, mas no que ela representa. Se o pastor Vargens houvesse dito aquilo que estava escrito na matéria, estaria, aos olhos dos leitores americanos, aprovando os atos do bispo falecido, transformando-o de militante esquerdista para sábio homem cristão.
Realmente, como estava escrito o texto, em inglês, o pastor Vargens tinha duas alternativas, como coloquei em meu artigo, que era "negar veementemente tal afirmação, jogando toda a culpa sobre a agência americana pelo equívoco ou confirmar o que disse". O pastor optou pela primeira alternativa e, segundo meu entendimento, colocou a Christian Post em maus lençóis.
Cabe, agora, aos jornalistas da Christian Post se manifestarem, esclarecendo como pôde haver uma alteração tão importante na tradução de um texto. Se se calarem, estarão atestando a própria fraude e colocando em dúvida a veracidade de todo o seu conteúdo.
(Ainda gostaria de falar sobre as reações conservadoras ao meu texto, mas, para não misturar os assuntos, esta será a pauta de meu próximo artigo)

quinta-feira, 8 de março de 2012

Conselhos para novos teólogos (Vídeo)

segunda-feira, 5 de março de 2012

Um morto não se torna um santo apenas porque morreu; o que lhe confere tal status é seu histórico. Da mesma forma, um criminoso não passa a ser santo, nem sábio, nem honesto apenas porque não se encontra mais neste mundo. Havia dois ladrões nas cruzes ao lado de Cristo, mas apenas um foi, ao se arrepender em seu momento derradeiro, justificado; o outro: inferno!
Nos últimos dias, o mundo evangélico brasileiro acompanhou um tanto estarrecido e abalado a notícia da morte do bispo anglicano Robinson Cavalcanti e de sua esposa, os quais foram assassinados por seu filho a facadas. Parece que o jovem tinha problemas sérios com drogas. Mas isso não vem ao caso para o que foi vastamente ignorado nas notícias do Brasil.
É de conhecimento notório que o bispo morto fora um esquerdista militante, tendo sido membro do Partido dos Trabalhadores. Ele chegou, inclusive, a se candidatar a cargos políticos por esse partido. Não só isso, mas o sr. Cavalcanti fora, também, o fundador do MEP, Movimento Evangélico Progressista. Inicialmente, Cavalcanti queria chamá-lo de Movimento Evangélico Socialista ou Comunista, mas então suas intenções estariam patentes, prejudicando seu propósito maior: atrair evangélicos. Já “Progressista” obscureceria o marxismo do grupo e teria melhor aceitação pública.
Durante muito tempo, o MEP foi o principal sustentáculo evangélico do PT. O próprio bispo jamais escondeu suas ligações e ideologias, tendo apenas rompido com o PT por considerar que sua política não era tão esquerdista quanto ele desejava que fosse.
Por suas convicções, o sr. Robinson Cavalcanti não pode, de maneira alguma, ser tido por um conservador. Apesar dele ter declarado ser contra o “casamento homossexual” (posição igualmente adotada por marxistas clássicos da linha da União Soviética, que não aceitava de forma alguma o homossexualismo), o histórico dele demonstra uma vida de luta em favor dos movimentos mais liberais que existem. Sendo um militante marxista, como sempre fora, Cavalcanti posicionava-se como um progressista, um esquerdista de carteirinha, um marxista convicto, um verdadeiro comunista.
Sendo assim, o título de conservador é o único que não pode ser colocado sobre ele. Afinal, tendo estado até a medula comprometido com o esquerdismo, e sendo esse movimento historicamente inimigo de tudo o que pode ser chamado de ideia conservadora, obviamente o próprio bispo jamais se veria como tal. Provavelmente, até se sentisse ofendido se alguém o assim chamasse, já que ele mesmo era um forte contestador do que ele chamava de “direita religiosa americana”. Seus textos na revista Ultimato transbordavam frequentemente seus sentimentos de aversão e hostilidade para com essa “direita” cristã, composta de evangélicos conservadores americanos que militam contra a agenda abortista e homossexualista. Conservador, para Robinson Cavalcanti, provavelmente seria um xingamento.
Por tudo isso, surpreende quando uma agência cristã de notícias dos EUA, como o Christian Post, afirma, em reportagem sobre o assassinato do bispo e sua esposa, que ele era um defensor da fé e da família. O bispo Cavalcanti é apresentado, para os olhos americanos, como um verdadeiro conservador, já que a defesa da família é um pilar do pensamento conservador. Ocorre que com seu histórico de esquerdista convicto, inclusive de militância dentro do PT, jamais o bispo fora um defensor da família, pois a agenda socialista não defende a família. Pelo contrário, há anos essa agenda vem tentando desconfigurá-la. Ora, poderia um homem que trabalhou com tanta militância em favor do socialismo no Brasil ser considerado um defensor da família? Obviamente, não.
Mas o que mais assusta não é uma agência americana noticiar de forma omissa e equivocada o histórico do bispo esquerdista. Provavelmente, para certificar-se da veracidade da notícia e do histórico enfeitado, o Christian Post procura alguém, no Brasil, que, de alguma maneira, possa confirmar essas informações. O escolhido, no caso, é alguém que não sei se é um verdadeiro conservador, mas que transita largamente em meios conservadores: o pastor Renato Vargens.
Na notícia publicada, o pastor Vargens afirma, claramente, que o bispo Robinson Cavalcanti foi “um homem de grande sabedoria divina” (a man of great Godly wisdom). Ora, ora, mas a que sabedoria divina ele está se referindo? A participação no PT? A criação do MEP? Sua amizade íntima e colaboração forte na campanha de Lula? Quais dessas coisas faz parte da sabedoria divina apresentada pelo bispo? Será que Deus aprovou todas essas atitudes? Mais ainda, será que Ele as inspirou? Realmente, não dá para entender a que o pastor se referia.
A afirmação de Vargens, aos olhos estrangeiros, é uma autenticação da “obra divina” na vida e ministério do bispo esquerdista assassinado. Com a autenticação de Vargens, o bispo progressista se transforma, imediata e celestialmente, num representante conservador do Brasil — uma posição que, certamente, o faria protestar de seu túmulo e escrever imediatamente um artigo além túmulo na Ultimato denunciando seus “difamadores”!
Não é possível que, tendo declarado no Christian Post que leu muitos dos escritos de Robinson Cavalcanti, o pastor Vargens nunca tivesse notado nada do histórico e esquerdismo que transbordavam do bispo assassinado. Se ele nunca notou nada e não sabe de nada, então não deveria se comprometer afirmando que o morto tinha “grande sabedoria divina”. Se sabe, traz apenas confusão ao conhecimento do público americano que, com a autenticação de Vargens, verá no sr. Cavalcanti um homem que ele nunca foi: um verdadeiro defensor das causas conservadoras.
Para o pastor Renato Vargens restam duas alternativas: negar veementemente tal afirmação, jogando toda a culpa sobre a agência americana pelo equívoco, ou confirmar o que disse. Se confirmar, não vejo como explicar a frase sem se comprometer com tudo o que o bispo assassinado era comprometido.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Venha participar do Mini-Simpósio Preparatório para o Congresso Internacional de Ciência, Ética e Educação Integrada (Vendo o que não se vê), que ocorrerá no dia 02 de março de 2012, sexta-feira, à partir das 17h, nas dependências do NEC - Núcleo de Estudos Cristãos, localizado à Av. Afonso Pena, 314, cj. 72, Boqueirão, Santos/SP.

Haverá palestras de diversos nomes do cenário cristão-conservador brasileiro, que trarão reflexões sobre assuntos atuais de nossa sociedade.

Você pode participar comparecendo pessoalmente ou assistindo a transmissão on line que será feita por meio do site http://www.necfabioblanco.com.br.

As inscrições para assistir as palestras no NEC devem ser feitas pelo email nec@fabioblanco.com.br.

Esta será uma boa oportunidade para reunirmos pessoas que realmente acreditam que podem colaborar com a defesa de uma visão judaico-cristã em diversas áreas da ciência, da política e do pensamento.

Você é nosso convidado especial.


Atenciosamente.


Organizadores do Mini-Simpósio


Programação

17:00h Abertura por Fabio Blanco

17:15h Apresentação do Congresso, pela Dra. Graça Melo Araújo

17:30h A Mídia e suas omissões e tendências, por Edson Camargo

18:00h A ausência de oposição no Brasil, por Fernando Antoniazzi

18:30h A homocracia totalitária, por Eguinaldo Hélio

19:00h As mentiras sobre o aborto, por Nivaldo Cordeiro

19:30h INTERVALO

20:00h O movimento conservador no Brasil, por César D'avilla

20:30h A doutrinação nas escolas, por Miguel Nagib

21:00 A perseguição a cristãos no mundo, por Fernando Bonfim

Encerramento: A necessidade da unidade cristã, por Fabio Blanco

 

 

 

 

 

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O conservadorismo religioso não se opõe à razão

Alguns liberais podem até entender alguma coisa de economia, mas quando adentram pelo campo do debate moral e religioso vacilam, menos por serem eles mesmos amorais e mais por não entenderem nada de teologia, que é o fundamento da moral conservadora. Vê-se isso claramente no artigo que Joel Pinheiro escreve em seu blog (Conservadorismo religioso não se salva) em resposta ao articulista do Mídia sem Máscara, Nivaldo Cordeiro, que, há alguns dias, por meio do artigo Direita, volver, fez uma crítica a um outro artigo do sr. Pinheiro chamado Nova direita nascida velha.

O sr. Pinheiro afirma, em seu texto, que os conservadores defendem formas sociais tradicionais baseados unicamente na fé. Em outras palavras, ele está querendo dizer que essa defesa é irracional ou, pelo menos, sentimental. Isso apenas deixa claro que, em seu entendimento, fé se contrapõe à razão.

Ocorre que, desde os primeiros pensadores cristãos, como Justino e Clemente de Alexandria, ficou muito claro que a fé não é uma irracionalidade, pelo contrário, é uma antecipação de razões ainda não alcançadas pela mente finita. A fé é um instrumento preparatório para o conhecimento. O objetivo é o conhecimento mesmo. Portanto, fé é conhecimento, sim, mas um conhecimento antecipado. Entende-se, com isso, que não há oposição entre razão e fé, e quando o sr. Pinheiro ressalta-a, apenas faz eco a um existencialismo antigo, como o professado por Kierkegaard.

Mais que isso, é evidente que um religioso mais experiente não defende os valores cristãos fundamentado na fé. Sua base é a razão. A fé ficou lá atrás, em seus primeiros passos no Evangelho. Por exemplo, um novo crente pode se opor ao homossexualismo apenas porque a Bíblia assim ensina, mas um cristão mais antigo já pode compreender, racionalmente, os motivos dessa oposição, e são estes motivos racionais que embasam suas ideias. Nenhum desses conservadores que escrevem artigos de opinião diz que tal coisa deve ser assim porque está na Bíblia, simplesmente. Há toda uma argumentação racional que baseia sua defesa, mas isso não é considerado por seus opositores.

Quando o sr. Pinheiro afirma que o conservadorismo religioso erra por fundamentar seus valores na fé, na verdade apenas demonstra sua incompreensão em relação ao que é religião e o que é fé. Isso porque ele as enxerga como um apego irracional a algo superior desconhecido e inacessível. Dessa forma, apenas repete o que desde o Iluminismo se divulga. Enfim, não traz qualquer novidade ao debate, mas apenas demonstra que um liberal pode muito bem ter os mesmos conceitos de qualquer revolucionário.

O que há, na verdade, é a velha arrogância daqueles que se vêem como iluminados contra os pertencentes às trevas da ignorância reinante, representada, principalmente, pela religião. E é sobre esta arrogância que o sr. Pinheiro comete um segundo erro teológico: a dissociação da moral do Velho e do Novo Testamento bíblicos. Afirma, com isso, que se a base para a defesa da moral atual for aquele, é desnecessária, por já haver a razão para isso, por outro lado, se for este é impossível, por não conter nele qualquer argumento em favor de uma agenda política.

Neste ponto, seu equívoco se encontra na incompreensão da natureza das duas alianças bíblicas. Qualquer catecúmeno logo aprende que quando Cristo apresentou o amor a Deus e aos homens como o primeiro e segundo mandamentos, o fez afirmando que a antiga lei se resumia nisso. Falando de outra maneira, a Lei Nova não aboliu a antiga, mas a absorveu e a resumiu, mostrando qual era sua verdadeira essência. Portanto, quando um conservador apresenta as Escrituras como fundamento de suas ideias, sendo ele cristão, não faz isso com base em uma ou outra Aliança bíblica, nem com base em um ou outro artigo de fé, mas, sim, fundamentado em todo o sentido cristão de amor e de respeito à vida. E esse fundamento não é ele mesmo uma declaração de fé, mas posterior a ela, já compreendida em suas devidas formas racionais. Os preceitos bíblicos são apenas o farol que conduz à verdade e esta se desnuda não como um mistério revelado, porém, incompreensível, mas, pelo contrário, como a explicação do que não era compreendido.

Acontece que os inimigos da religião são assim: acreditam que tudo o que os crentes fazem o fazem por um apego emocional à sua crença. Eles não consideram, por um segundo que seja, a possibilidade desses religiosos terem refletido profundamente sobre os assuntos que expõem. Parece que todo religioso, sendo ele homem de pouca ou muitas luzes, é um desvairado defensor de uma fé irracional.

E acho que não estou sendo injusto com o sr. Pinheiro ao afirmar que ele enxerga os religiosos dessa maneira, pois ele mesmo afirma que os ideais dos conservadores religosos estão mais para uma turba de fanáticos do que para uma população educada e bem intencionada. Mesmo sabendo que esta afirmação, de qualquer maneira, tinha um objetivo mais específico: afirmar que o debate que ocorreu nas eleições presidenciais passadas, em torno da questão do aborto, fora uma, segundo suas próprias palavras, demonstração de histeria.

Ora, segundo o que observei, aquela questão fora tratada de uma forma muito inteligente, por meio de sites, blogs, pregações e panfletos (inclusive alguns apreendidos pelo poder público, como no caso daqueles distribuídos pelo bispo de Guarulhos, Dom Luiz Bergonzini). O que ocorreu foi algo quase nunca visto neste país: um grupo de pessoas, sem qualquer organização formal, sem qualquer financiamento público, sem qualquer apoio midiático que, espontaneamente, se unem na defesa de algo que realmente acreditam. O que o sr. Pinheiro gostaria? Que fossem marcadas audiências públicas para a discussão (no caso, a questão do aborto)? Pois bem, era isso exatamente o que aqueles que defendem os tais direitos da mulher queriam: que a questão fosse levada em banho-maria. Foi a tal histeria que forçou a sra. Dilma Rousseff a assinar um compromisso que hoje está impedido-a de dar um andamento mais rápido ao seu projeto abortista. Histeria ou não, o que vimos é que o movimento acabou sendo razoavelmente eficiente.

Eu não sei se o sr. Joel Pinheiro é contra ou a favor do aborto, já que esta matéria não fora elencada dentre as que ele afirma concordar com os conservadores. No entanto, o que fica claro, ao menos para mim, é que o resultado daquela movimentação não o agradou muito. De qualquer maneira, e esse é o ponto central deste artigo, uma coisa é certa: a ideia que ele tem de um pensador conservador religioso é tão distorcida quanto de qualquer ateu e anticristão.

 

 

 

 

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Teólogo, o intérprete da Revelação (vídeo)

 

 

 

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Eu não quero me mobilizar

Cresci ouvindo que passeatas, mobilizações, comícios e aglomerações eram sinal de que ali se encontravam homens de elevada nobreza, pois seus atos demonstravam preocupação pública, momentos que as pessoas mais alienadas jamais se envolviam. Cheguei a participar de alguns desses movimentos, como o dos "caras-pintadas". Tudo sem muita consciência, mas convencido de que aquilo tudo era a melhor maneira de adentrar no mundo adulto. Sentia-me assim uma pessoa que se colocava em uma posição mais virtuosa, pois, segundo me ensinavam, era desse jeito que os homens de elevada estirpe deveriam se comportar.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Palestra: A Salvação vem pelo Conhecimento

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Somos dependentes

Depender de alguém é reconhecer que nossos braços não são tão fortes, que nosso conhecimento não é tão profundo e que precisamos dele para direcionar-nos por um caminho melhor. Quando dizemos que somos dependentes, estamos declarando nossa limitação, afirmando que há um momento ou ponto de nossa vida do qual não ultrapassamos, não porque não queremos, mas porque nos é impossível.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Diário Teologosófico

Os humoristas de hoje tentam estimular o riso como se deslizassem uma pena pela planta dos pés das pessoas. Apelam ao sentidos mais triviais a fim de obter a resposta de seu público. Não percebem que o humor é uma arte do espírito, que trabalha a imaginação e induz as conexões que, por meio de um processo mental, provocam o riso. O que vejo atualmente é nada mais do que cócegas: algumas vezes faz rir, mas também irrita.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Diário Teologosófico

 O pior efeito da Queda é a Verdade ter sido lançada para detrás de uma tenebrosa confusão. Hoje, tateamos em busca da compreensão e tentamos nos livrar dessa densidade escura com muito esforço. Se alguém duvida, basta olhar para a diversidade de doutrinas, denominações e idéias somente dentro do cristianismo. 

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Diário Teologosófico

São exageradas as preocupações com as prescrições morais. Elas são para homens carnais. Para os espirituais, são absolutamente desnecessárias.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Diário Teologosófico

 Se os primeiros pensadores cristãos exageraram na interpretação alegórica, os novos teólogos erram por ignorarem os símbolos bíblicos. O pior é que não podem negar que há símbolos, mas os enxergam onde lhes bem apraz. Apenas esquecem que tudo é símbolo, o que não exclui o fato.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Diário Teologosófico

O erro é a busca da verdade enganada pelas trevas da confusão. O homem sempre busca a felicidade e, no fundo, sempre busca a verdade. O problema é a questão de Pilatos: mas o que é a verdade? Apenas o Logos pode resolver esse problema e, por isso, apenas nEle há a salvação.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Diário Teologosófico

Seria o Reino dos céus uma descontinuidade ou um salto? Nem um nem outro. O Reino dos céus é uma ampliação, se não infinita, ao menos gigantesca.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Diário Teologosófico

É nos milagres íntimos e incontestáveis que reside a experiência com Deus. Os grandes movimentos podem te fazer sentir parte da multidão, mas apenas na indubitável graça individual é que o homem santo é forjado.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Unidade anticristã x Desunião cristã

O cristianismo sempre lidou com conflitos internos. Desde o Concílio de Jerusalém, por zelo e por amor ao Evangelho, teve que solucionar suas discordâncias. É verdade que nem sempre foram conflitos tão pacíficos como aquele. Houve, por vezes, verdadeiras batalhas. Também é verdade que os motivos nem sempre foram os mais justos, ou santos, mas, de qualquer maneira, o cristianismo manteve-se firme, ainda que dividido.

Desde o Grande Cisma, e mais ainda após a Reforma, a cristandade rachou de vez. Romanos de um lado, protestantes de outro e ortodoxos em outro ainda. Além dessas grandes divisões, as centenas ou milhares de divisões internas, principalmente dentro do lado protestante, tornaram o diálogo difícil e a conciliação, por óbvio, praticamente impossível.

No entanto, tal racha, ainda que sério, jamais ultrapassou os estritos limites das questões de fé. Foi, certamente, causado por divergências doutrinárias (sem descartar, claro, influências políticas e interesses pessoais). De qualquer maneira, tudo girando em torno das Escrituras e sua interpretação.

Após a Revolução Francesa, principalmente, entrou, na sociedade, um elemento estrangeiro: uma cosmovisão absolutamente desligada das Escrituras e da tradição cristã. É verdade que seus fundamentos haviam surgido bem antes, mas apenas nela se tornou verdadeiramente um elemento político razoavelmente sistematizado.

Dali, o que houve foi apenas o crescimento de uma visão da vida cada vez mais desligada de Deus, o que desembocou nos movimentos ligados à uma visão estritamente materialista da sociedade, como o marxismo, o anarquismo etc., todas elas abertamente anticristãs.

Hoje, o que há é o domínio cultural e midiático, em quase todo o Ocidente, por grupos e pessoas ligadas diretamente ou por afinidade a esses movimentos que trabalham incessantemente para destruir os fundamentos deixados pelo cristianismo nesta parte do mundo.

Sem contar, ainda, as infiltrações, dentro das igrejas cristãs, por esses mesmos grupos e pessoas, que só fazem trazer para os púlpitos e altares, ainda que sorrateiramente, as mesmas idéias que encharcam o lodo ideológico ao qual pertencem.

Ainda que esses movimentos não tenham sempre uma interação programática objetiva, é impressionante sua identidade ideológica, a defesa unânime dos mesmos pontos, a certeza de quem são os inimigos da sociedade. Apesar da diversidade absurda de princípios, no fim acabam todos eles defendendo as mesmas coisas, acreditando nas mesmas coisas, lutando contra as mesmas coisas.

Pelo lado dos cristãos acontece o contrário: ligados pelos mesmos fundamentos, alicerçados sobre os mesmos princípios, dividiram-se em tantas doutrinas, tantos sistemas e tantas crenças que já não mais se vêem como filhos de uma mesma mãe: a Igreja. Se consideram, quando não inimigos, opostos ou distantes.

Então, o quadro que se coloca é este: anticristãos unidos pelos mesmos objetivos e mesmas idéias; cristãos desunidos, ainda que fundamentados sobre as mesmas bases. Ora, quem está mais forte para ganhar essa batalha? E pode um reino dividido subsistir?

O avanço ateísta e anticristão é uma realidade presente e cada vez mais forte. Sem resistência, vai impondo sua visão de mundo, invadindo os fundamentos da civilização (que ainda é cristã de alguma maneira) e subvertendo mentes que ainda resistem com resquícios dos ensinamentos religiosos recebidos durante dois mil anos.

Por outro lado, não há, do lado de cá, qualquer reação a esse avanço, senão manifestações individualizadas de inconformismos que, isoladamente, pouco podem contra tamanha investida.

A questão é: seria possível alguma união cristã contra tudo isso?

Sinceramente, olhando apenas como um observador, e conhecendo razoavelmente as partes envolvidas, não tenho muita esperança. Os católicos vêem os protestantes apenas como rebeldes insubordinados. Os protestantes vêem os católicos e ortodoxos como desviados da verdade. Tradicionalistas vêem carismáticos como vêem os protestantes e entre estes cada denominação ou mesmo templo vê o outro como herético. 

A única solução, se é que há, é, em primeiro lugar, o reconhecimento, pelos verdadeiros cristãos, de que existem inimigos concretos que lutam, incansavelmente, em favor da destruição dos pilares de nossa civilização, o que passa, obviamente, pela mitigação de toda e qualquer influência cristã. Em segundo lugar, a consciência do fundamento comum que liga todas as vertentes cristãs. Se há divergências inconciliáveis, é preciso dizer quer há também convergências indestrutíveis; principalmente a participação de todos no Logos divino.


Essa comunhão em Cristo deve ser o estandarte principal. É ela que vai permitir que haja alguma resistência. Se desejam lutar para que a civilização ocidental se mantenha em pé, enxergo apenas uma possibilidade: entendermos definitivamente que o inimigo não está na igreja ao lado, mas do outro lado do front, nas linhas inimigas daqueles que desprezam os valores herdados pelos dois mil anos de cristianismo.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Diário Teologosófico

Enquanto os inimigos se acham unidos em suas divergências, nós, cristãos, vivemos apartados, inconciliados, sobre o mesmo fundamento.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Diário Teologosófico

O que vai conduzir o mundo ao reino do anticristo? O ceticismo, o realismo, o misticismo, o ecumenismo? Não, a estupidez!