sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Diário Teologosófico

Se rasgou-se o véu, e o sacerdote fora inutilizado, o que ficou foi a relação direta entre a alma e o Absoluto. A viagem, então, tornou-se solitária. O que é a Igreja, portanto, senão a assembléia de solidões? Sendo assim, quanta perda de tempo no falatório inútil da unidade, da coletividade, da mobilização. O que importa mesmo é a força mútua de solitários que se auxiliam no encontro individual com Deus.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Diário Teologosófico

Há muitas formas de heroísmo. Entre as maiores está a de ser pai ou mãe e ser responsável pelo sustento e educação de seus filhos. Feliz é o homem e a mulher que enxerga essa missão como uma verdadeira vocação divina. Triste daqueles que vêem isso apenas como uma obrigação inescapável. Perguntaram, um dia, por que as pessoas comuns não se mobilizam contra os avanços dos grupos ideológicos. A resposta é simples: elas vivem a batalha heróica de viver a vida para os seus, não permitindo que se percam.

Diário Teologosófico

Percebo que boa parte das preces, das orações, são manifestações de desejos, ditas como se realidades fossem. São vitórias e certezas desejadas, porém não experimentadas. Isso não teria nada de ruim se aquele que faz a oração percebesse isso. O problema é que, normalmente, ele se engana, e mente para si. Fala de certezas que não tem, fé que não vive, confiança que não sente. Não seria muito melhor se dirigir a Deus com toda a honestidade possível, expondo seus temores, fraquezas e desvios? Afinal, Ele é onisciente, não? O compromisso com a verdade passa também por aí.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Diário Teologosófico

Encontrar a própria vocação é o que traz a verdadeira realização. Descobri que a minha é ensinar e isso me faz realmente feliz. Mas não ensino como um catedrático. Prefiro transmitir mais meu estado de espírito* do que minhas informações. Ali, à frente da sala, é onde sou eu no sentido mais profundo.

* como escreve Constantin Noica em seu diário.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Deus expulso das escolas: a instalação do caos

Não sejamos ingênuos. Uma escola sem Deus não significa uma escola livre. Não significa que ela se torna imparcial. Aliás, a própria imparcialidade é um ideal utópico, uma cortina de fumaça para a imposição dos interesses mais medonhos. O que fica vazio é ocupado; e quem ocupará as escolas?