sábado, 30 de julho de 2011

Os males da vida dupla

Um princípio elementar para a restauração de uma alma abatida é o resgate da verdade em sua vida. Muitas vezes, as pessoas se acostumam com um cotidiano cercado de ilusões, de falsidade, de máscaras. Desde muito cedo somos acostumados a representar papéis na sociedade, a fim de bem convivermos com as pessoas. Acontece que esses papéis, invariavelmente, não refletem nossa verdadeira personalidade e entram em conflito com o que nós percebemos.

terça-feira, 26 de julho de 2011

O caso do Norueguês que matou mais de oitenta pessoas em uma ilha de seu país é emblemático, porém, menos pelo modus operandi do atirador e pelas motivações que parecem tê-lo conduzido ao feito, do que pela reação midiática ante a tragédia.

terça-feira, 19 de julho de 2011

"Algumas formas de homossexualismo de hoje são de natureza tal que não se limitam ao homossexualismo somente, mas representam uma forma de expressão filosófica. Precisamos ter compreensão para com o real problema da homofilia. Mas grande parte da homossexualidade moderna é expressão da atual negação da lei da antítese. Neste caso, isso levou à negação da distinção entre homem e mulher. De modo que se extinguiu a ideia de macho e fêmea, vistos como parceiros complementares (...) Para grande parte do pensamento moderno, a ordem do dia é combater todas as antíteses e toda a lógica da criação divina - inclusive a distinção macho/fêmea. A pressão do unissex está fortemente enraizada aqui. Mas não uma questão isolada; faz parte do espírito mundial, da geração que nos rodeia. É imperativo que os cristãos percebam as conclusões que estão se delineando em consequência da extinção dos referenciais absolutos".

terça-feira, 12 de julho de 2011

Vivemos em uma sociedade intermediária

Há tempos, o mundo tem trabalhado a fim de diminuir a influência cristã na sociedade, atacando, prioritariamente, os fundamentos postos pelo cristianismo, os quais tornaram a civilização ocidental, se não em um paraíso, ao menos em lugar de gente civilizada.

Tantos movimentos se passaram (iluminismo, positivismo, pragmatismo, materialismo, comunismo, marxismo entre tantos outros), os quais, de uma maneira ou de outra, militaram contra o cristianismo, que torna-se uma tarefa inglória tentar descrever todos eles. O que fica claro é que há muito tempo o sistema mundano tenta apagar a influência cristã sobre a sociedade.

Nos séculos passados, no entanto, parece que a eficiência do trabalho de destruição sempre fora limitado. Apesar dos estragos nacionais, dos morticínios e das mudanças sociais, de uma maneira ou de outra a família e a religiosidade do povo sempre se mantiveram firmes. Os modernismos sempre foram coisas de intelectuais, ficando a plebe meio que imune às suas influências.

De maneira diferente ocorre hoje, pois, com a expansão da comunicação e com o domínio liberal e progressista sobre a mídia, as pessoas vêm sendo bombardeadas, há décadas, com toda a espécie de pensamento libertino, que, com a desculpa da libertação das amarras de um conservadorismo sufocante, conduz as pessoas a apoiarem as práticas mais degradantes. Por isso, cada vez mais o divórcio, o aborto, a promuiscuidade, a insubmissão, o desrespeito e a desobediência são tidos não mais como desvios de comportamento, mas como atitudes saudáveis, necessárias e, muitas vezes, até louváveis.

Os fundamentos da sociedade como a família, a honra e o respeito são, então, destituídos, restando apenas um arremedo social que não possui força própria para se sustentar. É nesse momento que a sociedade fica à mercê dos engenheiros sociais, os quais passam a colocar em prática, contra um povo sem defesa e sem alicerces, suas ideias mais mirabolantes de criação de um mundo ideal, à imagem e semelhança de suas mentes enfermas.

O que vivemos hoje é a transição de uma sociedade baseada na moral cristã e aquela que será o reflexo do anticristo. Por enquanto, nem tudo está perdido, pois ainda há cristãos, ainda há alguma moral e ainda há alguma forma de honradez. No entanto, até quando?

Quando Cristo voltar, se achará fé na terra?

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Não confio em cristãos otimistas II

Não sou um pessimista. A diferença em relação àqueles a quem eu chamo de cristãos otimistas é que minha esperança reside em uma outra referência da existência. Enquanto eles acreditam em uma transformação social, no poder da mobilização, na força da revolução, eu me atenho à esperança no poder da glória que em nós há de ser revelada.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Não confio em cristãos otimistas

Eu não confio em cristãos muito otimistas; e você não deveria confiar também. Também não confio em cristãos realmente esperançosos com as mudanças sociais; normalmente isso já denota quem são. Ainda, não confio em cristãos que acham que a vida é bonita demais; isso demonstra que a não enxergam direito. 

Não escrevo isso como uma apologia do pessimismo. Nem me considero uma pessoa pessimista. Ocorre que não me identifico mais com este mundo. Não dá! Basta olhar com o mínimo de atenção, que podemos ver a militância anti-cristã bem atuante. Nada, neste século, parece ajudar-nos a mantermo-nos firmes com Deus. Pelo contrário, quase tudo é um convite ao inferno.

A alma de um cristão, se realmente for restaurada em Cristo, anseia pela sua revelação, sua glória. A nova vida, liberta da natureza decaída, é sua esperança. O mundo, como hoje se apresenta, corrompido como está, é um incômodo passageiro, suportável apenas. Se há alguma nossa luta exterior, alguma batalha a ser travada, elas não se dão para restaurar o mundo, mas para preservar as almas. O mundo, esta matéria que acompanha o homem, apenas reflete hoje, e refletirá amanhã, o estado espiritual humano. 

Por isso, uma certa inquietude, não um pessimismo. O legítimo cristão carrega a angústia da luta entre a carne e o espírito; também a angústia de não ser mais deste mundo, por ter recebido uma nova natureza; o verdadeiro cristão se vê em Cristo, não mais em Adão. Aqueles que acham que tudo é lindo, que o mundo é um paraíso, que esta existência é maravilhosa e que esta vida é o supra-sumo do que é viver podem ser tudo, menos verdadeiros cristãos.

E repito: não sou do tipo pessimista. Apenas reconheço que minha natureza espiritual se identifica com o céu, não mais com o pó da corrupção. 

sábado, 2 de julho de 2011

Um interlúdio inconveniente

A segunda vinda de Cristo é um fato. No entanto, não é por ser um fato que ela não carregue seus simbolismos. Esses simbolismos, porém, devem ser bem entendidos, a fim de que não seja desrvituado o conceito correto da parusia.

Há alguns dias, circulou na internet um video de uma aula do pastor Ricardo Gondim, na qual ele defendia a volta de Cristo mais como uma utopia do que um fato. Seria ela uma referência, a fim de movimentar o homem à transformação social, à restauração comunitária, para fazer a história.

É óbvio que o vídeo foi motivo de polêmica, afinal esse heterodoxo entendimento vai de encontro à compreensão tradicional sobre o advento do Messias. Por esta, a segunda vinda de Cristo é algo que ocorrerá de fato, o que faz com que a Igreja exclame: Maranata! Vem Jesus!

Acontece que, apesar das críticas contra Gondim, poucos são aqueles que se esforçam para compreender os motivos porque parte dos cristãos se vêem atraídos por uma doutrina que torna algo que sempre foi essencial, principalmente para os reformados protestantes, em apenas uma referência simbólica.

Em primeiro lugar, é evidente que tanto Gondim, como outros pastores e teólogos deste país, são profundamente moldados pelo marxismo. Inclusive essa ideia sobre o advento de Cristo vem de um teólogo marxista chamado Jurgen Moltmann. No entanto, esse é apenas o aspecto final da questão.

O que acontece é que, para certos homens (e aqui é que se encontra a razão principal para eles não enxergarem a volta de Jesus como um fato real), entender esse retorno de Cristo como uma espera, torna a conversão um interlúdio tedioso. Para eles, aguardar a volta do Senhor é uma atitude conflitante com a pretensa responsabilidade de transformar o mundo, restaurar a sociedade, de trazer um reino de paz e fraternidade pela força do braço humano e da conscientização social. Por outro lado, ter o advento como uma utopia não impede a mobilização, a construção de uma nova sociedade e a revolução. O marxismo entra aí apenas como a doutrina materialista fundamental, não como a razão psicológica principal. Esta reside no desejo de tornar aquele compatível com o cristianismo, e isso apenas é possível se a Igreja agir, não esperar.

O que Ricardo Gondim e outros não compreendem é que a bendita esperança bíblica no retorno de Cristo não é uma fuga, nem mesmo uma letargia. O anseio pela volta do Senhor é o clamor natural de uma criatura que teve sua natureza transformada e que, por isso, se identifica mais com o céu do que com a terra. Desde que o cristão se converte, deixa de ser um homem carnal (psíquico) e passa a possuir uma natureza espiritual. Essa natureza é divina, e se identifica com Deus. Essa natureza caminha, a partir de então, em direção à eternidade, enquanto a velha natureza, ainda não destruída por completo, segue seu curso de deterioração. Por isso, possuindo um desejo óbvio pelo que o identifica, o ser espiritual clama pela vinda de Cristo, que é o anunciador e consumador definitivo da transposição de uma vida ainda sujeita ao sensorial para uma plenamente espiritual. Isso não é fuga, isso não é conformismo, nem mesmo resignação. É somente a irresistível natureza manifestando o desejo pelo encontro com aquilo que a identifica: uma vida glorificada ao lado de Deus.

O que parecia tedioso, então, passa, na verdade, a ser um incômodo constante. Esse incômodo, daí, passa a ser um fomentador de uma aproximação cada vez maior entre o homem e Deus. E claro que, de toda forma, isso acaba por ter consequências práticas na vida individual e coletiva. Essas práticas consequentes não são, porém, o espetáculo da transformação do mundo, mas da transformação individual que afeta o mundo. O indivíduo sempre será aquele que sente realmente essa mudança. A sociedade, composta, em sua maioria, por homens carnais, apenas percebe respingos dessas alterações pessoais.

O que há de letárgico nisso? Absolutamente nada! Pelo contrário, o que ocorre é uma inquietação constante, um palpitar insistente, que faz com que o homem comece a viver aqui reflexos, ainda que frágeis, do que viverá depois. Sua alma, seu coração, sua mente e até seu corpo gemem, enfim, toda criação geme e está juntamente com dores de parto até agora.

Para o homem espiritual, a bendita esperança é um incômodo, mas um positivo incômodo, de quem não vê a hora de encontrar-se com o que se assemelha a ele. Para os carnais, ela é nada mais que algo inoportuno: um interlúdio inconveniente.