sexta-feira, 30 de outubro de 2009

O melhor de Deus

(pregação na Igreja Fonte da Vida, no dia 28 de outubro de 2009)

Deus é aquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos. Se assim é, então eu quero o melhor que Ele pode me oferecer, o mais alto de sua graça, o mais profundo de sua bênção. Se Ele pode me dar o melhor, porque eu ficaria satisfeito com o pequeno? Eu sei que Deus me ama e que Ele sempre quer o melhor para mim.

A partir disso, estipularei uma meta: o melhor de Deus para mim. Eu sei que nossas metas são aquelas coisas que norteiam nossa vida. Quanto mais altas elas forem, tudo o que fazemos passará a se conduzir naquela direção. Se o que buscamos é pequeno, pequena será nossa existência. Ao contrário, se é grande, grandes coisas poderemos viver.

Nós não somos medidos por quem somos hoje, menos ainda pelo que nós temos. São os nossos planos que indicam verdadeiramente nossos caracteres mais profundos. Isso porque, repito, se temos objetivos finais bem altos, mesmo que não os alcancemos plenamente, são eles que guiarão todo o nosso ser. O mesmo acontece com os objetivos finais baixos – nos guiarão na medida de seus fins.

Eu quero o melhor porque sei que Deus tem o melhor para mim. Também sei que minha recompensa será de acordo com aquilo que eu desejar como fim. Disto virá meu prêmio.

O que eu mais quero nesta vida? Isto vai me guiar, isto eu vou buscar, isto será a minha recompensa. Então, eu preciso escolher muito bem o que eu quero, pois isto vai moldar o meu ser. O prêmio que buscamos é o que caracteriza a nossa personalidade, quem nós somos.

Qual a sua escolha? O que vai lhe guiar por toda a sua vida? Qual é o seu objetivo final. Lembre-se que sua estatura é idêntica a do seu objetivo.

Eu conheço pessoas que têm seus bens como o objetivo final de suas vidas. Muitas conquistaram muitas coisas. Mas isso é tudo. Elas são seus bens.

Eu conheço pessoas que têm o dinheiro como o objetivo final de suas vidas. Muitas ganharam dinheiro. Mas isso é tudo. É o que elas são: seu dinheiro.Eu conheço pessoas que têm suas carreiras como o objetivo final de suas vidas. Muitas são bem sucedidas. Mas isso é tudo. Elas são suas carreiras. Eu conheço pessoas que têm seus cônjuges como o objetivo final de suas vidas. Muitas são muito bem casadas. Mas isso é tudo. Elas são seus cônjuges. Eu conheço pessoas que têm seus conhecimentos como o objetivo final de suas vidas. Muitas são até intelectuais. Mas isso é tudo. Elas são seus conhecimentos. Eu conheço pessoas que têm o reconhecimento e a fama como o objetivo final de suas vidas. Muitas são alcançaram isso. Mas é tudo. Elas são seu reconhecimento e sua fama. Eu conheço pessoas que têm sua religião como o objetivo final de suas vidas. Muitas se tornaram grandes obreiros. Mas isso é tudo. Elas são sua religião. Elas atingiram seus objetivos e já foram recompensadas (Mt 6.2, 5 e 16).

Triste é o homem que tem a sua recompensa nos seus bens, dinheiro, carreira, religião... Ele não pode esperar da vida nada além do que essas coisas podem dar. Ele estará limitado a viver na esfera daquilo que ele escolheu como seu objetivo. Isso pra mim é um inferno, porque é uma existência inferior. Imaginem: há pessoas que têm como objetivo final de suas vidas apenas os prazeres: sexo, boa comida, diversão. O que elas recebem é o que apenas essas coisas podem dar, e mais nada. Vivem piores do que animais, por que estes têm isso como máximo de sua estrutura, mas o homem não. O homem, por ser imagem e semelhança de Deus, tem uma necessidade interna de transcender tudo isso. Porém, quando seu objetivo final não ultrapassa essas coisas imediatas, ele se aproxima do cão.


Busquem as coisas que são de cima (...) pensem nas coisas que são de cima (Cl 3.1-2). Meu Deus, qual é a extensão do meu ser? Será que eu vou ter a minha vida comparada a de uma serpente, a qual apenas se rasteja pela terra, enxergando as coisas sempre por baixo? Será que eu, imagem e semelhança de Deus, vou viver apenas um pouquinho diferente de um animal?


Não ajuntem tesouros na terra (...) mas ajuntai tesouros no céu. E aqui Cristo não está se referindo apenas a dinheiro. Aliás, pouco ele está se referindo a isso. Tesouro é aquilo que temos como mais importante, aquilo sobre o qual colocamos nossas esperanças e felicidade. São os nossos tesouros que moldam a nossa personalidade, são eles que caracterizam o nosso ser.

Então, se o meu tesouro é o céu; é o céu quem irá me moldar. Se meu objetivo final é Deus, Ele é quem vai formatar quem eu sou. Se Cristo é a minha herança, Ele será a minha recompensa.

Ora, se eu posso buscar o que Deus tem de melhor, porque vou me rastejar em migalhas. Se há uma promessa de eternidade e de vida, porque apressar meus passos pra morte? Se Deus quer me fazer um homem espiritual, porque vou querer ser simplesmente animal, carnal? Eu quero o prêmio máximo. Não me contento com nada menos que isso. As coisas deste mundo podem me recompensar, mas sei que são apenas prêmios de consolação.

Por isso, seguindo esta decisão, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensarei!

As recompensas deste mundo são pequenas algemas que nos prendem a ele. Mas o prêmio de Deus é a liberdade de sermos exatamente de acordo com o propósito que Ele nos criou. Nos libertando das amarras da corrupção, efeitos da Queda, Deus nos ajuda a superar inclusive nossas pequenezas psicológicas, nossa estreiteza existencial e a fragmentação de nossa consciência.

Meu objetivo final é o céu e é ele quem vai guiar todos os meus passos.