sábado, 26 de dezembro de 2009

Resgatando nossos valores

pregação de Natal
dia 20 de dezembro de 2009

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O Natal é uma festa de crianças

(comemoração de Natal na igreja Fonte da Vida)


O Natal é uma festa de crianças! Vocês já repararam que são as crianças que mais se empolgam com ela? As luzes, o clima, tudo o que envolve o Natal tem um impacto muito maior nelas do que em nós, homens e mulheres maduros. Realmente, o Natal é uma festa de crianças.

Nós, corações amargurados, lamentamos o Natal, dizendo que não tem mais o encanto de antes, de quando éramos crianças. Mas, será que, realmente, o Natal mudou ou nós que não somos mais crianças? Será que não se apartou de nós aquela pureza própria da inocência que transformava tudo em mais belo e mais feliz? Nós, que hoje somos tão maduros, tão independentes e tão realistas, será que não fechamos as portas para a beleza da vida?

Não há criança que não goste do Natal. Afinal, o Natal é uma festa de crianças. Inclusive os presentes, tão criticados pelos embrutecidos pelo amargor da luta, encantam muito mais às crianças do que a nós. Veja: a esperança, o anseio da surpresa, tudo nisso desperta o imaginário infantil, de tal forma que é impossível uma criança não gostar do Natal.

Em nossas memórias natalinas estão ainda aquelas reuniões familiares, as quais, para nós, tinham o encanto da unidade e da alegria do encontro. Hoje, se pudéssemos, fugiríamos delas, afinal, dão tanto trabalho, há tanta falsidade... Mas, para as crianças, alheias a todo tipo de dissimulação, ver tanta gente junta só pode ser sinal de coisas boas, de alegria, de confraternização. Então, para elas, o Natal também traz isso: pessoas para perto, festa, felicidade. Por isso, digo outra vez, o Natal é uma festa de crianças.

Se você ainda não se convenceu, preste atenção:

Há um Deus supremo, todo-poderoso e grandioso. Em determinado momento da história Ele se dignifica de vir à terra, como homem. Para isso, se põe como um bebezinho. Mas pode um ser supremo se colocar em um corpinho tão frágil? Sim, e foi assim. Por isso o Natal não é apenas uma festa para crianças, mas de uma criança. Nesse dia se comemora o Deus em um corpo pequeno, dependente e indefeso. Em tudo sujeito aos outros, solicitando, como toda criança, os cuidados e zelo de seus pais.

Será que já não há aí algum símbolo? Jesus não poderia aparecer de repente, surgindo no meio do deserto, dizendo que veio de Deus? Não seria adorado ainda mais se assim o fizesse? Mas não! Veio como um bebê: pequenino, frágil e singelo.

Por isso o Natal, e por isso esta é uma festa de crianças.

Os olhos estavam turvos, aguardando um grande e poderoso rei, e acabaram por não ver o sinal da estrela que guiava até o próprio Deus. Os ouvidos estavam moucos, surdos para os profetas, e não ouviram o coral de anjos que anunciava a vinda do Messias. Nem os sinais, nem a palavra, nada. Os corações maduros não poderiam entender.

Como, homens já feitos, poderiam compreender isso: um pequeno bebezinho, vindo à luz em meio a animais, fugido de um rei feroz, escondido como um ladrão, sendo o próprio Deus? Como se curvar diante de uma simples criancinha, se o que esperavam era um grande libertador?

E nós, modernos senhores de si mesmos: como seguir um homem que nos diz para deixar tudo o que temos, para viver na singeleza da fé? Como nos guiar pela idéia de que não precisamos nos preocupar, pois os lírios do campo são guardados por Deus, quanto mais nós? Como confiar em uma palavra que nos ensina a ser como pombas, tão simples que até parecem imbecis? Como acreditar em uma fé que indica um caminho para o céu que não depende de quem somos, mas apenas em quem cremos?

Além de tudo isso, nos diz para sermos como crianças, que delas é o céu, e que devemos nascer de novo, e obedecer, exatamente como uma criança deve fazer.

Sinceramente, o Natal, decididamente, não é para os adultos. Eles jamais entenderiam o que ele quer dizer.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Cristãos valentes

Uma pregação sobre as dificuldades da vida e sobre o quanto de aflição está reservada para todos nós, diferente do que possa parecer, não é derrotista ou conformista, mas, sim, uma pregação de consciência. Enxergar a verdade nua e crua jamais pode ser considerado fraqueza. Muito pelo contrário, demonstra uma clareza que é exigida de qualquer pessoa sã. Não pode ser sadio alguém que não enfrenta a realidade como ela é, mas cria fantasias ilusórias, mentindo para si mesmo, engendrando um mundo falso e alienante.

O cristianismo jamais foi uma religião de coitados. Mesmo diante das mais cruéis perseguições, a característica que sempre se observou nos crentes foi a resistência diante das maiores crueldades cometidas contra eles. São histórias e mais histórias de homens e mulheres que não abriram mão de sua fé, ainda que isso lhes custasse sofrer o terror da tortura e até a morte.

Por isso, é difícil compreender a postura dos cristãos atuais, os quais disseminam um sentimento de coitadismo absurdo, pelo qual todos se sentem vítimas de um mundo mal, aguardando a chegada de uma mão forte que os restaure a uma posição de honra que supostamente caberia a eles. Sentem-se como vítimas do mundo, do diabo, do Estado, dos patrões e de todos os que, de alguma maneira, possuem algum tipo de superioridade em relação a eles.

Diante da assimilação dessa idéia, então surge uma cultura típica de coitados, a saber, a cultura da reclamação. Reivindicam, determinam e rejeitam tudo aquilo que acreditam ser injusto. E é óbvio que, conforme essa cultura, são, o tempo todo, injustiçados. E para os injustiçados não cabe outra alternativa senão reclamar, reclamar, reclamar.

Mas há ainda outra conseqüência dessa cultura da reclamação, que é a crença de que todos eles têm um lugar de honra do qual foram retirados. Incrivelmente crédulos de seus direitos, acham que tudo conspira para os remover de seus postos elevados. Precisam, portanto, reclamar muito a fim de que haja uma restituição de seu status de direito.

É impressionante como o cristão contemporâneo é semelhante a uma criança mimada dentro de um supermercado. Bate o pé, chora, grita, esperneia, reclama, pede, exige. Talvez, a sorte dele esteja no fato de Deus ser absolutamente misericordioso. Senão, já teria levado uns belos de uns bofetões.

O pior de tudo é que aquele que vive assim, apenas dessa cultura da reclamação, tem a petulância de achar que é mais espiritual do que o pobre cristão que, de uma forma ou de outra, enxerga a realidade da vida. Aquele tem a este como um derrotado, um conformista e resignado que não tem coragem de exigir o que, supostamente, é seu por direito. Diante disso nós vemos o quanto está distorcida toda a noção de moralidade e virtude, mesmo no seio do cristianismo.

Derrotado, por certo, é aquele que não luta e não enfrenta a realidade com todas as suas agruras e dificuldades. Seu destino é a reclamação. Impotente diante das forças do mal, apenas lhe resta botar as mão na cintura e bater bastante o salto, como um típico guerreiro bárbaro!

Diferente disso, o cristão verdadeiro é um valente. E por isso a Bíblia ensina que os tímidos e medrosos não herdarão o céu[1]. Quem não for tido por guerreiro de Cristo, quem não lutar as lutas do Evangelho, quem não vestir as armas de combate espirituais[2], não terá o prazer de fazer parte da família eterna de Deus.

No entanto, a valentia cristã se dá numa base um tanto diferente da de um guerreiro de fato. O cristão valente o é por sua convicção, em primeiro lugar. Sua valentia é demonstrada diante dos ataques morais e intelectuais que sofre. Sendo um guerreiro, com efeito, não sucumbe diante dessas investidas e mantém-se firme. Também é valente por causa de sua fé. Com ela não enxerga inimigos tão grandes os quais não possa enfrentar. Tendo um supremo general, que é Cristo, segue firme no campo de batalha, certo que faz parte de uma tropa vencedora. Mas o cristão também é valente porque seus valores não estão arraigados nesta vida, e, como bom soldado, não se embaraça nos negócios deste mundo[3]. Pelo contrário, se mantém alerta ao chamado de Cristo e pronto para morrer por seu Nome!

Por outro lado, não é verdade que um bom soldado nunca chore. A diferença é que seus lamentos são derramados em seu leito, longe dos olhos do inimigo, diante apenas daquele que tudo vê e pode trazer o verdadeiro conforto. Ao toque da trombeta, no entanto, o bom soldado enxuga suas lágrimas e responde à convocação com firmeza de ânimo, pronto a servir ao grande exército de Deus.

 O bom soldado não finge que a guerra não existe, nem se sente injustiçado por causa do ataque do inimigo, o que seria absurdo. Ele, de fato, enxerga os perigos e as dificuldades inerentes a qualquer batalha. Assumindo os riscos e consciente das dificuldades, ele veste a armadura de Cristo e se dispõe a lutar todas as batalhas que se apresentam diante dele, até a derradeira, na qual sucumbirá, enfim. Porém, mesmo nesta, ele poderá dizer: Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé...


[1] Apocalipse 21.8
[2] Efésios 6.11
[3] 2ª Timóteo 2.4


quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A presença da eternidade

Enquanto a morte for uma ruptura, a vida será trágica. Apenas a compreensão da dimensão da eternidade pode oferecer paz à alma humana. Somente quando a eternidade deixa de ser o estágio futuro, com o início determinado, é que ela se torna realmente eternidade e abraça não apenas a esperança do porvir, mas a existência presente.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Irmãs iranianas perseguidas por serem cristãs.


A revista Portas Abertas deste mês noticiou:


"No dia 7 de outubro, as cristãs iranianas Maryam e Marzieh, presas em Teerã no dia 5 de março, foram levadas ao tribunal. Elas respondem por três acusações: realizar atividades antiestado, propagar o cristianismo e apostasia. O juiz as absolveu da acusação de realizar atividades contra o Estado. Por esse motivo, o caso de Maryam e Marzieh será levado para um tribunal comum e não islâmico, onde as outras acusações serão julgadas. Elas voltaram para a prisão, para esperar a próxima audiência. A saúde das cristãs está debilitada. A Anistia Internacional publicou um apelo urgente, pedindo que as duas sejam soltas, afirmando que "são prisioneiras de consciência, presas apenas por sua religião".


Este é o país do presidente Mahmoud Ahmadinejad, o mesmo que foi recebido ontem, dia 23/11/09, pelo presidente Lula, com todas as honras de Estado.


O mesmo presidente que desdenha do Holocausto ocorrido com os judeus na 2a Guerra Mundial e o mesmo que tem como objetivo obsessivo o 'varrer Israel do mapa`.


Segundo o portal de notícias G1, “referindo-se a Lula como ‘bom amigo’, o presidente do Irã manifestou gratidão ao presidente brasileiro pela acolhida e lembrou os desafios dos dois países em relação às mudanças em curso no mundo. "Brasil e Irã são dois países importantes e atuam em duas regiões bastante sensíveis do mundo. O mundo hoje enfrenta desafios de dimensões formidáveis. Tem havido um crescente ceticismo, falácias, e também vemos a continuidade de políticas por nações que desejam manter e continuar seu domínio no mundo", discursou o presidente iraniano. Ahmadnejad defendeu a parceria entre Brasil e Irã para 'construir um mundo sem guerras'. 'Um mundo distante da hostilidade, um mundo onde não haja ocupações nem guerras, um mundo distanciado da injustiça, um mundo repleto de paz, amizade, fraternidade entre as nações do mundo'.


Nada mais demagogo e mentiroso. Como falar em paz sendo presidente de um país que pune aqueles que professam uma fé diferente da oficial?


Nosso presidente, como é sabido, tem preferência pela pior estirpe mundial, com uma queda acentuada por ditadores e terroristas.


Mas vocês acham que isso é por acaso? Não mesmo. Faz parte de sua ideologia, e de todos aqueles que seguem juntos com ele.


Simplesmente lamentável.


Voltando às irmãs iranianas, a revista pede:


“Você pode intermediar a libertação dessas irmãs escrevendo em favor delas. A Portas Abertas disponibilizou em seu site uma campanha de ações institucionais. Acesse e peça a liberdade de Maryam e Marzieh ao Líder Supremo da República Islâmica do Irã, aiatolá Sayed Ali Khamenei”.


Se você puder, escreva e colabore com essa pressão internacional.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

O melhor de Deus

(pregação na Igreja Fonte da Vida, no dia 28 de outubro de 2009)

Deus é aquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos. Se assim é, então eu quero o melhor que Ele pode me oferecer, o mais alto de sua graça, o mais profundo de sua bênção. Se Ele pode me dar o melhor, porque eu ficaria satisfeito com o pequeno? Eu sei que Deus me ama e que Ele sempre quer o melhor para mim.

A partir disso, estipularei uma meta: o melhor de Deus para mim. Eu sei que nossas metas são aquelas coisas que norteiam nossa vida. Quanto mais altas elas forem, tudo o que fazemos passará a se conduzir naquela direção. Se o que buscamos é pequeno, pequena será nossa existência. Ao contrário, se é grande, grandes coisas poderemos viver.

Nós não somos medidos por quem somos hoje, menos ainda pelo que nós temos. São os nossos planos que indicam verdadeiramente nossos caracteres mais profundos. Isso porque, repito, se temos objetivos finais bem altos, mesmo que não os alcancemos plenamente, são eles que guiarão todo o nosso ser. O mesmo acontece com os objetivos finais baixos – nos guiarão na medida de seus fins.

Eu quero o melhor porque sei que Deus tem o melhor para mim. Também sei que minha recompensa será de acordo com aquilo que eu desejar como fim. Disto virá meu prêmio.

O que eu mais quero nesta vida? Isto vai me guiar, isto eu vou buscar, isto será a minha recompensa. Então, eu preciso escolher muito bem o que eu quero, pois isto vai moldar o meu ser. O prêmio que buscamos é o que caracteriza a nossa personalidade, quem nós somos.

Qual a sua escolha? O que vai lhe guiar por toda a sua vida? Qual é o seu objetivo final. Lembre-se que sua estatura é idêntica a do seu objetivo.

Eu conheço pessoas que têm seus bens como o objetivo final de suas vidas. Muitas conquistaram muitas coisas. Mas isso é tudo. Elas são seus bens.

Eu conheço pessoas que têm o dinheiro como o objetivo final de suas vidas. Muitas ganharam dinheiro. Mas isso é tudo. É o que elas são: seu dinheiro.Eu conheço pessoas que têm suas carreiras como o objetivo final de suas vidas. Muitas são bem sucedidas. Mas isso é tudo. Elas são suas carreiras. Eu conheço pessoas que têm seus cônjuges como o objetivo final de suas vidas. Muitas são muito bem casadas. Mas isso é tudo. Elas são seus cônjuges. Eu conheço pessoas que têm seus conhecimentos como o objetivo final de suas vidas. Muitas são até intelectuais. Mas isso é tudo. Elas são seus conhecimentos. Eu conheço pessoas que têm o reconhecimento e a fama como o objetivo final de suas vidas. Muitas são alcançaram isso. Mas é tudo. Elas são seu reconhecimento e sua fama. Eu conheço pessoas que têm sua religião como o objetivo final de suas vidas. Muitas se tornaram grandes obreiros. Mas isso é tudo. Elas são sua religião. Elas atingiram seus objetivos e já foram recompensadas (Mt 6.2, 5 e 16).

Triste é o homem que tem a sua recompensa nos seus bens, dinheiro, carreira, religião... Ele não pode esperar da vida nada além do que essas coisas podem dar. Ele estará limitado a viver na esfera daquilo que ele escolheu como seu objetivo. Isso pra mim é um inferno, porque é uma existência inferior. Imaginem: há pessoas que têm como objetivo final de suas vidas apenas os prazeres: sexo, boa comida, diversão. O que elas recebem é o que apenas essas coisas podem dar, e mais nada. Vivem piores do que animais, por que estes têm isso como máximo de sua estrutura, mas o homem não. O homem, por ser imagem e semelhança de Deus, tem uma necessidade interna de transcender tudo isso. Porém, quando seu objetivo final não ultrapassa essas coisas imediatas, ele se aproxima do cão.


Busquem as coisas que são de cima (...) pensem nas coisas que são de cima (Cl 3.1-2). Meu Deus, qual é a extensão do meu ser? Será que eu vou ter a minha vida comparada a de uma serpente, a qual apenas se rasteja pela terra, enxergando as coisas sempre por baixo? Será que eu, imagem e semelhança de Deus, vou viver apenas um pouquinho diferente de um animal?


Não ajuntem tesouros na terra (...) mas ajuntai tesouros no céu. E aqui Cristo não está se referindo apenas a dinheiro. Aliás, pouco ele está se referindo a isso. Tesouro é aquilo que temos como mais importante, aquilo sobre o qual colocamos nossas esperanças e felicidade. São os nossos tesouros que moldam a nossa personalidade, são eles que caracterizam o nosso ser.

Então, se o meu tesouro é o céu; é o céu quem irá me moldar. Se meu objetivo final é Deus, Ele é quem vai formatar quem eu sou. Se Cristo é a minha herança, Ele será a minha recompensa.

Ora, se eu posso buscar o que Deus tem de melhor, porque vou me rastejar em migalhas. Se há uma promessa de eternidade e de vida, porque apressar meus passos pra morte? Se Deus quer me fazer um homem espiritual, porque vou querer ser simplesmente animal, carnal? Eu quero o prêmio máximo. Não me contento com nada menos que isso. As coisas deste mundo podem me recompensar, mas sei que são apenas prêmios de consolação.

Por isso, seguindo esta decisão, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensarei!

As recompensas deste mundo são pequenas algemas que nos prendem a ele. Mas o prêmio de Deus é a liberdade de sermos exatamente de acordo com o propósito que Ele nos criou. Nos libertando das amarras da corrupção, efeitos da Queda, Deus nos ajuda a superar inclusive nossas pequenezas psicológicas, nossa estreiteza existencial e a fragmentação de nossa consciência.

Meu objetivo final é o céu e é ele quem vai guiar todos os meus passos.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O silêncio dos culpados

"O mal reside em que aqueles cuja vida testemunha profundo horror aos exemplos dos maus poupem os pecados dos irmãos, porque lhes receiam a inimizade, porque temem ser lesados em interesses, é verdade que legítimos, mas demasiado caros a homens em viagem neste mundo, guiados pela esperança da pátria celeste"

trecho extraído do livro "A Cidade de Deus contra os pagãos", de Agostinho de Hipona.

A Vós líderes da igreja cristã: atentai às palavras do ministro! Vosso silêncio é um golpe e vossa bajulação é traição.  

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O que eles querem?

Algumas coisas são realmente bem difíceis de entender. Após me deparar com a notícia de que as Igrejas Luteranas na Suécia aprovaram a possibilidade da realização de casamentos homossexuais sob sua ordem, além de tendências similares em outros países, e da efusão de alegria dos grupos gays com essa conquista, me pergunto: o que esses grupos realmente querem?

Pense comigo: durante muito tempo, e ainda hoje, as pessoas conservadoras, defensoras da família e de uma tradição foram tachadas de retrógradas. Instituições como a família e o casamento sempre foram considerados, pelos grupos liberais, como exigências sufocantes sobre a sociedade. Cresci ouvindo as pessoas dizerem que o casamento é uma instituição falida e a família uma imposição não natural. Pasmem, isso mesmo. Lembro de uma professora de Antropologia que nos disse que poderia provar cientificamente que a família era uma criação burguesa. É evidente que ela não provou e não explicou por que. Porém, à época, eu com apenas 18 anos de idade, fiquei muito impressionado com aquela afirmação.

Em relação à igreja e à religião, então, o ataque sempre foi bem mais feroz. Para homossexuais, feministas, esquerdistas e tutti quanti, cristianismo, de maneira geral, sempre foi modelo de repressão, atraso e preconceito. Para eles, a religião era uma mal alienante e uma maneira de submeter as massas. Também sempre criticaram os cristãos por suposta hipocrisia, além de enxergar em qualquer instituição religiosa apenas um modelo de totalitarismo.

O mais importante, porém, é ter a certeza que todos esses grupos humanistas e progressistas (liberais e esquerdistas) sempre levantaram a bandeira que dizia: Abaixo a família! Abaixo o casamento! Abaixo a Igreja!

Porém, agora, o que eles estão conquistando é exatamente o direito sobre tudo aquilo que sempre combateram. Criticavam a família e estão conquistando o direito à adoção. Criticavam o casamento e estão conquistando o direito de se casarem e, pior ainda, sob as 'bênçãos' da mesma igreja sobre a qual eles não podiam sequer ouvir falar!

Diante disso, as únicas conclusões que chego é que esses grupos poderiam ter se tornado conservadores e, sem abrir mão de suas práticas antigas, agora defenderiam os mesmos valores e instituições que os mais radicais religiosos sempre defenderam ou, bem mais provável, considerando que chamá-los de conservadores é, para eles, uma ofensa pessoal e como é impossível qualquer conciliação entre os valores que eles defendem e a fé cristã, então, o que está ocorrendo só pode ser uma verdadeira infiltração destrutiva no âmago da igreja.

É óbvio que essa penetração não seria possível sem a conivência dos próprios líderes da igreja, porém, quem não garante que esses líderes também não sejam infiltrados?

As recentes conquistas dos grupos de esquerda, no seio da igreja, não são mero resultado da secularização da religião, mas fazem parte, e isso para mim parece bem claro, de um planejamento para a destruição do cristianismo desde dentro.

É importante, ainda, salientar que a existência de pessoas bem intencionadas que acabam simpatizando e às vezes até se juntando a esses grupos não é uma exceção à regra, mas faz parte do planejamento mesmo. Essa infiltração apenas é possível porque há, por parte de líderes e fiéis, uma predisposição criada por anos de desvios doutrinários, pelo mundanismo crescente, pela perda de valores básicos e pela falta de convicção pessoal. O que os grupos liberais fazem é, se aproveitando da situação, como vírus oportunistas, contaminar a instituição esperando o seu definhamento.

Satanás é covarde e sabe que não pode enfrentar de peito aberto a Igreja de Cristo. Então, por meio de seus asseclas, tenta minar sorrateiramente as próprias bases dessa igreja para, por fim, tentar destruí-la.

Não há espaço para diálogo. Não é possível qualquer negociação. O que há são existências antagônicas que se expelem mutuamente. Não se iluda pensando que possa haver um meio-termo entre as partes. Não se engane acreditando que possa haver mútuas concessões. Ceder, um milímetro que seja, para esses grupos é abrir ainda mais as portas do inferno para que pessoas se precipitem em seu abismo. Eles não cederão em nada, como não cedem há muito tempo. Apenas a igreja vem cedendo e cedendo e cedendo...


quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Verdadeiros soldados

"Em tempos de guerra, enquanto os irmãos mais velhos partem para a luta de verdade, os menores brincam de soldados em casa".

trecho extraído do livro 'Verdadeira Espiritualidade', de Francis Schaeffer.

Quem nós somos: verdadeiros soldados de Cristo ou apenas brincamos de cristianismo? Encaramos a batalha ou ficaremos apenas nos vestindo de generais, sem correr os riscos?

Leia: II Timóteo 2.4 e Efésios 6.12.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Democracia da morte

"As opiniões das massas, ou a ausência dessas opiniões, são alvo da máxima indiferença. Não é possível dar-lhes liberdade intelectual porque não possuem intelecto. Num membro do Partido, por outro lado, não se pode tolerar nem o menor desvio de opinião a respeito do assunto menos importante".

trecho do romance "1984" de George Orwell, no qual o autor descreve o método do Grande Irmão (Big Brother), ou Partido.

Impossível não remetermo-nos ao recente caso dos dois deputados do PT, Henrique Afonso e Luiz Bassuma, os quais foram suspensos pelo próprio partido por serem eles abertamente contrários à legalização do aborto.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Sinagogas Vermelhas de Satanás

Quando a opinião de alguém é impulsionada pela verve ideológica, suas idéias são afetadas pela incoerência que se arroga libertadora, mas que apenas denota a fragilidade dos seus próprios pensamentos.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Sinceridade

A sinceridade de alguém pode ser medida da seguinte forma: em cima do que a pessoa disser, pergunte – Como funciona isso, na prática? Invariavelmente, a resposta será um silêncio embaraçado ou uma seqüência de palavras desconexas que nada elucidarão o problema.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Amigo de Deus

A diferença entre um verdadeiro cristão e um mero religioso é que aquele não apenas crê em um Deus pessoal, mas se relaciona com Ele intimamente. Isso parece tão óbvio, porém tenho percebido o quanto estamos nos afastando desse tipo de relação em favor de um contato pagão com Deus. Explico: uma carecterística comum de todas as religiões pagãs era possuirem deuses que pouco se relacionavam individualmente com os pobres seres mortais humanos. O contato destes com a divindade era ritualístico, praticamente impessoal. Os rituais religiosos eram a forma de se aproximar desses deuses, porém sem qualquer menção à relação direta entre o homem individual e o deus venerado. O cristianismo, no entanto, revelou uma face de Deus antes não bem compreendida: o amor que se envolve diretamente com o ser amado inferior. O que era absurdo para os gregos, os quais apenas concebiam o amor ascendente (o amado superior), foi revelado por Jesus Cristo sem qualquer ressalva. A partir disso, com a compreensão da simbologia do véu rasgado, o homem pôde saber que o Deus ao qual ele se remete não é uma entidade distante, alcançado somente por meio de mistérios iniciáticos, mas é o amigo acessível, a despeito de sua eterna superioridade, que nos ama e nos ouve.
O nosso afastamento não tem ocorrido por omissão (apesar de muitos cristãos negligenciarem a oração como forma de contato com Deus), mas, principalmente, pela maneira como nos dirigimos a Ele. As orações que tenho escutado em nossos templos têm se mostrado tão impessoais que parece que Deus está bem distante. São reivindicações, invocações, reclamações e instigações que se encaixariam muito bem numa linguagem entre empregados e seus patrões. Sabe aquele jeito impessoal de se dirigir a alguém como se o seu interlocutor não estivesse presente e você quisesse apenas mandar um recado por meio de outras pessoas? Sem contar o conteúdo que tem se restringido a requerimentos quase formais de satisfação dos desejos mais idiossincráticos.
Estamos perdendo uma amigo, não porque Ele tem se afastado de nós, mas porque estamos conservando-o a uma distância segura em relação às nossas vidas. O Deus próximo e pessoal é um incômodo que faz-nos deparar com nosso pecado, vícios e mentiras. O amigo sincero se torna o chato que só pela sua presença nos força a olharmos para dentro de nós mesmos e vermos a imensidâo de incoerências e impurezas que existe. Então, é muito mais agradável mantermos este amigo longe, a uma distância que Ele possa nos ouvir, mas não sussurrar aos nossos ouvidos.
O que não percebemos é que o que parece uma simples conveniência, na verdade é um desperdício absurdo. Se quem rasga dinheiro é louco, podemos ser chamados de loucos quando, tendo o Criador de todas as coisas e Deus Todo-Poderoso se dispondo a ser nosso amigo, nos ouvindo e estendendo suas mãos para estar ao nosso lado, preferimos a pobreza da vida pseudo-espiritualizada de quem apenas fala para Deus, mas jamais com Ele. E se esta noite Ele pedisse nossa alma?
Fica fácil compreender, com isso, quando Jesus diz que muitos agirão em seu nome mas não serão conhecidos por Ele. São aqueles que a despeito de repetirem a palavra Jesus Cristo incessantemente, não colocam a pessoa Jesus Cristo em suas vidas cotidianas. Estão sacrificando a um deus distante, adorando uma entidade, invocando uma divindade que parece menor.
Quando eu for recebido pessoalmente por Cristo, desejo que Ele me reconheça, não apenas como um bom religioso, mas como alguém que viveu ao seu lado. Quero perceber em seu olhar a confirmação de estar recebendo uma pessoa já íntima, da qual possui diversos segredos e confissões. Espero me deparar com aquele olhar de confirmação, próprio dos amigos que se conhecem há tempos e já não precisam das palavras para se expressar.
Para isso, não posso esperar mais. Preciso começar, desde já, a ter Deus em minha vida intimamente. Devo perder o medo de me confessar, de me expor. Devo, também, estar pronto para ouvir e obedecer. Devo ser amigo de Deus, numa amizade eterna que ninguém pode quebrar.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Um Acordo Tácito

Quando alguém não se distingue quem é, vendo em si mesmo vários, ou outro qualquer, já não pode ser digno de confiança. E se a confiança se caracteriza pelo lançar-se nos braços de alguém que, se pressupõe, confiável, como confiar em quem não sabe nem mesmo quem é, portanto, não pode sequer confiar em si mesmo?

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Nossos brinquedos

Vivemos em mundo fragmentado, no qual cada um sobrevive em seu pequeno espaço, sequer se preocupando em olhar para fora para ver o que está ocorrendo por aí. O individualismo chega ao seu ápice quando mesmo em relação aos assuntos mais universais as pessoas continuam enxergando-os como se fossem mera expressão pessoal de predileção e prazer.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Exatamente como somos

Em um mundo no qual as máscaras são nossas companheiras, verdadeiras fortalezas que permitem a nossa sobrevivência, quem pode renegar, ainda que sejam apenas alguns instantes, a chance de experimentar momentos de limpidez, de sinceridade e transparência?

quinta-feira, 9 de abril de 2009

A sabedoria dos antigos

Em vez de decepção, há um verdadeiro fascínio em decobrir algo que já existe, em perceber que uma coisa que, no profundo de nossas reflexões, foi achada, já havia sido achada muito tempo antes, por outros. Ao invés de tristeza há, sim, uma sensação reconfortante, um real sentimento de 'não estar só'. Além disso, saber que a grande maioria das coisas já foi dita ou pensada nos mantém humildes em nossa posição, evitando a arrogância de quem se acredita o único dono da verdade.
Forcei minha voz com penoso exagero juvenil ao proferir minhas verdades e fui punido da maneira mais adequada e engraçada, pois mantive as verdades, mas descobri, não que não eram verdades, mas simplesmente que não eram minhas.
Ouvir a voz do passado é mais que reverência, é inteligência. Por que caminhar um caminho tão longo, se posso ser carregado nos braços por boa parte dele? Quando investigo algo e me levo a beber na fonte dos antigos, percebo que minha caminhada se torna muito menos penosa, afinal. Muitos passos que, por meus esforços, precisaria dar, já foram dados por eles e são o atalho para o meu destino.
Ainda sou jovem, mas já aprendi a reconhecer o valor da tradição, da autoridade dos antigos. Talvez não como alguns medievais, que sendo exemplos de reverência e respeito à autoridade, às vezes até exageravam nisso, mas como alguém que compreendeu que a humildade não é apenas um ato exterior, mas uma decisão consciente de quem se conhece, tem ciência de sua posição e condição e não se coloca acima disso, pelo contrário, até se curva diante da sabedoria de homens que destrincharam as mais cerradas florestas do conhecimento.
Jovem, se queres ter algum conhecimento relevante, saibas que ignorar o acervo do passado, principalmente daqueles que reconheceram a sabedoria de Deus, é um risco sem compensação em qualquer ramo do saber.
Isto é tradição, isto é autoridade, isto é reverência, a saber, que neste mundo, apesar de lograrmos apenas um destino, por apenas um caminho, é mais fácil seguir esta via com a ajuda daqueles que já a trilharam.
Citação de G. K. Chesterton

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Silêncio

O homem possui um desejo imenso de se fazer compreender, porém, se fosse apenas isso, nenhum mal causaria, então. No entanto, mas do que compreensão, ele exige aceitação e, daí, começam os problemas. Querer ser ouvido é um direito, querer ser acatado não passa de um desejo.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Longe da multidão de vaidades

Não esqueçamos jamais disso: nossos olhos devem estar atentos à eternidade. Para lá olhamos, não apenas por contemplação, mas como quem segue uma estrela-guia. Tudo o que fazemos e pensamos, então, se submete a este princípio: meu destino é a eternidade. Então, por que se prender nas futilidades temporais e sofrer tanto com a transitoriedade das coisas? Grande loucura é descurarmos as coisas úteis e necessárias, entregando-nos, com avidez, às curiosas e nocivas. Na multidão de idéias e discussões penetra, facilmente, a vaidade, a soberba e, não raro, as dissoluções. E tudo por razões que mal se sustentam, que não subsitiriam ao leve sopro do Verbo. Portanto, calem-se todos os doutores; emudeçam as criaturas todas em vossa presença; falai-me Vós só.
Se a eternidade é o alvo, as coisas deste mundo, em sua grande maioria, tendem apenas a me desviar dele, então, parece óbvio que minha alma deve se prender em pouco, que é tudo. Há um só Deus, há uma só Palavra revelada, há um só Messias e apenas um caminho para a salvação. Destarte, devem meus olhos olhar diretamente para onde pretendo chegar e não me distrair nas belezas que morrem. O espírito puro, singelo e constante não se distrai no meio das múltiplas ocupações porque faz tudo para a honra de Deus, sem buscar em coisa alguma o seu próprio interesse.
O acúmulo de ciência pode até ser bom, mas apenas se voltado para Cristo. Toda ela deve me levar para mais perto de quem amo, mais próximo do meu Salvador. Melhor é entrar no reino dos céus sem um olho do que permitir que este olho me conduza para longe do Senhor. Vigiai, pois há muitas vaidades e todas loucas para nos tragar. Certamente, no dia do juízo não se nos perguntará o que lemos, mas o que fizemos. Um instrumento só é útil enquanto tal; ao se transformar em fim, torna-se um vício, um veneno para a alma.

E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo.

citações de Tomás de Kempis e Filipenses 3.8

quinta-feira, 26 de março de 2009

Contra a impiedade

Quantos reconhecem o verdadeiro salvador? Se estreita é a porta que conduz à vida eterna, pela porta larga segue a maioria dos homens. E se o mundo segue ainda mais impiedoso, a largura de tal porta já se torna estreita pela demanda de sua passagem. Os pecados são tantos que é enfadonho enumerá-los e talvez a soberba da vida seja o primeiro e o fundamento de todos eles; basta este para conhecer todos os demais.
Mas há um juízo, sim. Do trono excelso o Senhor exigirá contas dos homens. E quem subsistirá? O Senhor cortará todos os lábios lisonjeiros e a língua que fala soberbamente. Quem confia em sua própria ciência é tido por louco por Deus que, então, aniquilará a sabedoria dos sábios e rejeitará a prudência dos prudentes.
São os simples, os pobres de espírito, quem Deus defende contra as astúcias artimanhas dos conhecedores deste mundo, da autoridade científica e mundana, dos mestres e doutores da loucura. Se somos frágeis, pois vivemos pela fé, se estamos indefesos, pois somos obscuros, se os senhores da técnica e do conhecimento vociferam contra nossas verdades, saibam eles que pela opressão dos pobres, pelo gemido dos necessitados me levantarei agora, diz o Senhor; porei a salvo aquele para quem eles assopram.
São cegos guiando cegos; soberbos louvando soberbos; loucos aconselhando loucos. Os ímpios andam por toda parte; quando os mais vis dos filhos dos homens são exaltados.
Nós, porém, nos sentimos seguros, arraigados na verdade, fincados com os pés na rocha, estabelecidos na realidade. Isso porque confiamos no Altíssimo, ouvimos sua voz e reconhecemos o chamado do pastor eterno. As palavras do Senhor são palavras puras, como prata refinada em fornalha de barro, purificada sete vezes. Não mes esconderei, portanto, nos jogos verbais da multidão, nem me curvarei à impureza dos que desejam negar a Deus, mas, sim, me submeterei àquele que traz em sua boca o mistério da verdade.

sexta-feira, 13 de março de 2009

O caso da menina de Alagoinha/PE

Diversas pessoas me abordaram com a mesma indagação: "E no caso daquela menina de 9 anos que foi estuprada, você, ainda assim, é contra o aborto?". Ao demonstrar a minha surpresa com a pergunta, todas elas se adiantaram dizendo que, em casos assim, é muito difícil uma decisão. Pior, quando eu falava que nada na situação fez eu mudar minha convicção, o que eu recebia, era, invariavelmente, um olhar confuso de meu interlocutor. Sabe o que é pior ainda? Quase todas essas pessoas eram cristãs.

quinta-feira, 12 de março de 2009

O Homem-que-sou

O homem-que-sou: um mísero andarilho que pouco pode alterar da realidade, que luta diariamente com progressos ínfimos, resultados parcos, conquistas nulas. Há muitos que falam em revoluções, que anseiam por mudanças, que querem, e acreditam poderem, alterar realmente o universo. Falam de lutas, subversões, ações e gestos que crêem terem forças para transformar, segundo seus próprios ideais. Quanto ao homem-que-sou, porém, fica a eterna sensação de sentir-se frustrado, incapaz de fazer o que os outros dizem que fazem.

terça-feira, 10 de março de 2009

O Aborto e o Dia Internacional da Mulher

É incompreensível, para mim, mulheres que, ao invés de serem defensoras da vida, levantem suas vozes justamente pelo direito de acabarem com vidas indefesas. Logo elas, que para nós representam a geração para a existência, estão nas ruas empunhando cartazes para matar! Quem são elas, afinal? Elas que dizem ser a esperança da paz no mundo, o modelo de sensibilidade e amor. Elas, de quem esperamos tudo, menos a crueldade que tanto marcou o sexo oposto durante toda a história.

No Dia Internacional da Mulher, foi triste ver o sexo frágil vociferando como animal faminto, ansiando pelo alimento que tanto deseja: a morte violenta de fetos indefesos.

Infelizmente, elas ainda acham que o corpo que dentro delas se forma, a elas apenas pertence, e que aquele que se prepara para o mundo vir, nada mais é do que um objeto que pode ser descartado a qualquer momento.

Diante disso, só posso concordar com o que diz, irônica, mas sabiamente, o professor Olavo de Carvalho: que esses que defendem o tal 'direito de escolha', que o defendam retroativamente, a fim de alcançar a gestação de suas próprias mães, e sejam eles mesmos abortados desta vida (ah, se isso fosse possível!).

sexta-feira, 6 de março de 2009

Malemolência espiritual


Se entre 80 mil pessoas reunidas convocadas a ajudar você, por algum motivo, apenas 3 se dispussesem a fazê-lo, como você sentiria?
Pois esse foi o número de cristãos que se dispuseram a assinar a revista da Missão Portas Abertas, num congresso da VINACC, na Paraíba, segundo informação do Julio Severo.
O próprio Julio já faz uma análise exata da situação, na qual pessoas ignoram completamente o sofrimento dos cristãos em países muçulmanos e comunistas.
Segundo ele, isso tem um caráter profético: afinal, como esses cristãos não se preocupam com o que acontece com irmãos em outros países, com as perseguições e ações estatais contra o cristianismo, como vão se preocupar com o que acontece debaixo de seus próprios olhos?
Volto a pensar no que disse Agostinho, em seu livro 'Cidade de Deus', se referindo a uma previsão de Cipião Nasica, que era contrário a destruição de Cartago:
"Receava outro inimigo das almas fracas, a segurança, e não queria do necessário tutor, o medo, emancipar a pupila romana"
Não estaríamos nós, cristãos ocidentais, vivendo uma malemolência eclesiástica, nos fartando das mordomias do mundo moderno, engordando nossas panças religiosas até que nossas veias espirituais se entupam? Será que não perdemos a noção de estarmos em uma batalha, contra um inimigo chamado Satanás, que além de comandar seus anjos, tem usado Estados e homens na busca de seus objetivos? Será que não nos sentimos seguros demais e nos tornamos, por isso, displicentes?
O sábio conselho daquele pontífice romano é atual. Se não percebemos os perigos que nos rodeiam, tendemos a relaxar e abrimos as guardas para toda investida do mal. Acompanhe o site do Julio Severo e veja como o Estado tem preparado ações para destruir nossos valores mais fundamentais.
O fato acontecido em João Pessoa é apenas um indicador de nossa realidade. Talvez seja um fator irreversível, mas, pelo menos nós, individualmente, podemos mudar isso em nossas vidas.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Leituras estranhas

Algumas pessoas chegam à equivocada conclusão de que se leio um livro, concordo com que o autor diz nele. Nada pode ser mais errado! Pelo contrário, ultimamente tenho brigado com muitos escritores, mantendo, enquanto os leio, uma verdadeira discussão com eles.
O que as pessoas precisam entender é que mesmo nos livros dos quais eu discordo, há sempre algo que consigo extrair de ensinamento. Não é apenas o retém o que é bom, mas é o aprender com os erros alheios e ampliar a compreensão com base nos equívocos do outro.
Se leio Kant, mesmo achando tudo aquilo muito estraho; se me esforço a compreender seu ponto de vista, de seus escritos posso tirar, pelo menos, a idéia de como o homem pode se perder em sua imaginação.
Até em Nietzche, a quem eu chamo de 'louco-pensador', apesar de todos os seus devaneios, é possível captar alguns momentos de lucidez e acerto.
Não é porque um escritor, no geral de sua obra, se equivoca, que tudo o que ele diz está errado ou não tem sentido. Muitas vezes, suas idéias tem muito sentido, se entendidas separadamente umas das outras. O erro, normalmente, é percebido apenas na análise do conjunto.
Outro aprendizado que costumo tirar desses autores é a compreensão dos perigos que estão sujeitos os pensamentos humanos. A maioria dos erros dos filósofos são um exemplo de tendências comuns a todos os homens: o relativismo, o cetiscismo, o materialismo etc. parecem ser a inclinação natural do ser humano decaído e distante de Deus.
Portanto, se alguém me ver com um livro meio sinistro debaixo do braço, não se assuste: posso estar lendo ele, mas isso não quer dizer que o que nele está escrito passou a fazer parte da minha filosofia.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Como um Atleta

(pregação no retiro de 2009)
Imbuido da responsabilidade de trazer-vos a mensagem desta noite, decidi que o que precisamos, não apenas neste encontro, mas em nossa vida, são mais do que palavras bem concatenadas, bem mais do que idéias corretamente delineadas. Algo bateu forte em meu peito me mostrando que necessitamos de existência. E isso significa nada mais do que o nosso ser tomado pela fé que proferimos com nossos lábios, a ponto de a verdade bíblica revelada nos envolver de tal maneira que não apenas reverberamos trechos bíblicos decorados, mas vivenciamos a realidade da Palavra de Deus em nossos pensamentos, palavras e atos.

Diante disso, me vi impelido não a confeccionar um estudo sistemático de alguma passagem da Bíblia. Preferi, simplesmente, me assentar em um local silencioso e refletir sobre como anda minha relação com Deus. Meditando sobre a mensagem trazida pelo pastor ontem à noite, tentei botar em ordem, em minha cabeça, as questões que envolvem a minha existência, a minha fé e a minha conduta. Junto a tudo isso, certo que por uma providência divina, ficou em meu notebook o filme passado na reunião de ontem à noite, chamado 'O Livro Perigoso'. Bingo! Era exatamente isso que eu precisava!

Não é novidade que necessitamos de um compromisso sério com Cristo. Isso para que possamos encarar as adversidades da vida e, até mesmo, as perseguições e retaliações que podem surgir pelo fato de sermos cristãos. Nisso está contido o conhecimento profundo da Palavra de Deus, uma fé inabalável no poder de Jesus e um amor real pelo Senhor.

No entanto, uma coisa é sabermos o que é certo, outra é colocar em prática o que sabemos. Nós ouvimos a verdade, nos comovemos com ela, somos impactados por ela, mas nos deparamos com o mundo cotidiano e, invariavelmente, cedemos aos seus apelos. Isso faz com que desacreditemos da possibilidade de se vivenciar uma vida cristã plena, como vemos nos grandes exemplos cristãos que conhecemos. E vivemos assim, de inspiração em decepção. Rotineiramente nos inflamos de fé para que ela se esvazie na primeira esquina do mundo.

Senhor, como podemos mudar isso? Será que estamos condenados à derrota constante diante das forças deste mundo? Será que seremos perpetuamente a esperança de algo que nunca alcançaremos?

O apóstolo Paulo já nos ensinava como deveríamos nos colocar nesta vida. Na 2ª Epístola aos Coríntios, no capítulo 9, ele afirma que devemos ser como atletas que não medem esforços e sacrifícios afim de conquistar um prêmio material. Nós, então, que corremos em busca de um prêmio espiritual e eterno, quanto não devemos estar dispostos a nos entregar?

Você já observou como é a vida de um atleta profissional? Na busca de seus objetivos, ele se entrega de corpo e alma aos treinamentos e à preparação que poderá torná-lo um vencedor. Neste preparo, ele não mede esforços em abstinências, disciplinas e regras pessoais com o intuito de fortalecer o seu corpo e preparar a sua mente para a vitória.

Sem meias palavras, o apóstolo diz que esmurra o seu próprio corpo, reduzindo-o à escravidão, para que não seja, por fim, desqualificado. Isso já demonstra, em princípio, que ele sabia o que era realmente importante. O escravo é aquele que apenas obedece. O escravo não tem liberdade, por definição. Escravizar o próprio corpo é dizer para ele quem é o senhor. Paulo estava tentando nos dizer que precisamos dominar a nossa carne, precisamos dizer para ela quem manda. Se não fizermos isso, os escravos seremos nós, subjugados ao corpo e ao pecado, reféns da baixa vontade, sem autonomia para viver.

Mas essa disciplina, como alcançá-la? Essa santidade, como obtê-la? Será preciso apenas vontade, ou força, ou determinação? Será que basta ter fé para alcançar isso? Ao questionarmos dessa forma, nos sentimos ainda mais distantes do objetivo. Parece que decididamente devemos nos conformar com nossa iniqüidade e deixarmos a vida nos conduzir.

No entanto, não quero me conformar com isso. Quero, sim, cumprir minhas metas diante do Senhor. Longe de querer ser um super humano, longe de querer ser o mais santo dos homens, quero apenas ter consciência de que vivo um cristianismo agradável a Deus. Que serei aprovado por Ele. Que serei tido como um servo bom e fiel.

No filme citado acima, o irmão André diz, claramente, que quem não consegue ler a Bíblia inteira durante um ano é preguiçoso e não está fazendo a vontade de Deus. São palavras duras, mas que me fazem refletir sobre como anda o meu cristianismo. O que eu estou fazendo de mim mesmo, de minha fé, de minha eternidade, afinal. Até quando seguirei conduzindo as coisas de maneira relapsa, com pequenos arroubos de santidade, mas de grandes momentos de indiferença?

Tenho certeza que todos aqui, sendo cristãos verdadeiros, querem se sentir aprovados pelo Pai. Querem poder olhar para si e reconhecerem um cristão autêntico. Querem se sentir reais, sinceros. Querem sair daqui, irem para os seus quartos, olharem nos espelhos e reconhecerem a mesma pessoa que aqui estava orando, cantando e refletindo sobre as coisas do Evangelho.

Mas como cumprir aquilo que o irmão André disse ser obrigação de todo cristão, se a Bíblia, muitas vezes, nos parece chata, cansativa, entediante?

Precisamos, antes de tudo, saber o que nós queremos. Um atleta, quando se prepara para uma competição, ele tem seu objetivo claramente delineado. Todo o seu treinamento é baseado na preparação do corpo para que o objetivo traçado seja alcançado. Tudo o que ele faz e o que ele não faz visa esse alvo.

Diante disso, antes e qualquer coisa, precisamos saber qual é o nosso objetivo. O que queremos, por que estamos aqui. Qual o motivo de sermos cristãos. Qual a nossa esperança. É nesse sentido que Jesus diz que aquele que pretende segui-lo deve medir se é isso o que ele realmente quer. Não basta seguir a multidão. O verdadeiro discípulo de Cristo o segue porque sabe o que lhe espera, sabe o que o Mestre está lhe oferecendo e volta toda sua vida para este objetivo.

O cristianismo sempre esteve infiltrado por pessoas que não possuem nada com Cristo. Homens e mulheres que apenas encontraram algo bom, mas algo que não tomou conta de suas vidas. Por isso tantos, se dizendo cristãos, continuaram a viver de maneira tão pecadora. Por isso tantos, apesar de se acharem entre a Igreja, mantiveram seus passos de iniquidade.

Nós apenas vamos nos tornar verdadeiros seguidores de Cristo, quando suas palavras passarem a fazer parte não apenas do nosso conhecimento, mas da nossa vida. Quando ser cristão deixar de ser uma escolha, para ser uma impossibilidade de ser outra coisa, aí começaremos a experimentar o que realmente Deus tem para nossas vidas.

Se quisermos ter prazer em ler a Bíblia, não será apenas por curiosidade, nem mesmo pelo desejo de nos instruirmos. A Palavra de Deus só será prazerosa quando nós decidirmos que queremos encontrar a verdade e reconhecermos que nela está contida a verdade. Quando cada passagem da Bíblia nos trouxer não apenas conhecimento, mas solução existencial, aí começaremos a investigá-la com amor, com prazer, com vontade. É preciso antes de haver o desejo de conhecer a Bíblia, o desejo de conhecer a Deus. Se queremos Deus, de verdade, e reconhecermos que é na Bíblia que podemos encontrá-lo, então ela passará a ter um significado completamente diferente para nós. Cada palavra será uma preciosidade a ser decifrada, compreendida e absorvida no nosso ser.

Conquistado tudo isso, com o objetivo bem traçado, a disciplina e o sacrifício deixarão de ser um ato de desgosto, para, enfim, ter neles um significado verdadeiro.

Por fim, gostaria de dar mais um conselho para que não nos deixemos cair nas armadilhas do maligno e nos ver envolvidos pelas suas redes. A Bíblia, o tempo todo, nos informa que sendo cristãos, estamos em uma constante guerra. Paulo nos informa que vivemos em luta contra o diabo e seus anjos e Jesus diz que não podemos descansar, mas devemos nos manter vigilantes.

Interessante, pois estava eu lendo um livro de Agostinho, no qual ele conta a história de uma homem chamado Cipião Nasica, que, considerado um homem absolutamente virtuoso pelo Senado Romano, aconselhou-os, durante as Guerras Púnicas, que Roma não destruisse seu inimigo: Cartago. Seu motivo: sem inimigos, o povo relaxaria e daria vazão a toda sorte de iniquidades. Interessante que ele foi, inclusive, contra a importação dos teatros gregos, pois, segundo seu entendimento, esses teatros tornariam os homens mais suscetíveis à luxúria e a impureza.

Pensando em nossa vida, será que não estamos muito acomodados por não nos apercebemos que vivemos realmente uma batalha? Cercados de toda sorte de mordomia, a qual nos acostuma a não aceitarmos nenhum tipo de contrariedade, a não nos conformarmos com qualquer falta, percebemos que precisamos demais vigiar para não afrouxarmos as nossas defesas. Se realmente vivenciarmos aquilo que a Bíblia nos diz que acontecerá, se, de alguma maneira, sofrermos algum tipo de perseguição, de restrição ou de proibição, como enfrentaremos isso se não estamos treinados em viver na falta, na contrariedade até na injustiça?

Por isso, precisamos estar atentos para não permitirmos que as facilidades, os prazeres e o mal hábito amoleçam nossas almas e nos tornem presas fáceis do inimigo. Percebam como nos incomodamos com qualquer coisa que, mínimo que seja, nos importune. Uma pregação mais longa de um ministro, uma música menos interessante, um culto um pouco mais demorado, um estudo um pouco mais minucioso e, até, uma oração mais comprida de um irmão. Como enfrentar adversidades maiores se não suportamos a mais comezinhas?

Precisamos, sim, escravizar a nossa carne, disciplinar o nosso corpo, treinar a nossa mente e preparar o nosso espírito para que suportemos os dias mais difíceis que, provavelmente, experimentaremos num futuro não tão longínquo.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Efésios 3

Uma carta de conforto, por alguém que é prisioneiro, para homens livres. Em uma situação normal era Paulo que estaria recebendo mensagens de apoio, por ter sido preso, a fim de se manter firme, com esperança. Mas aquele homem não precisava de nada disso. Ele já vivia a esperança da eternidade plenamente, e não seriam cadeias que iriam roubar isso dele. A única coisa que evidentemente o incomodava era não poder estar pregando o evangelho. De qualquer forma, não era ele quem recebia as mensagens de apoio, mas ele as escrevia, para uma igreja que podia ter sua fé abalada por causa da prisão de seu missionário. O que Paulo enfatiza é que sua reclusão é, de uma perspectiva celestial, uma grande bênção1. Ela era sinal de que ele estava cumprindo o seu chamado, pregando aos gentios e os ensinando sobre o mistério oculto de Deus, que é a salvação dos povos pagãos, em Cristo Jesus. Instava-os a manterem-se firmes, certos de que tudo o que ele estava passando era para a bem daquelas pessoas. De maneira geral, as tribulações de Paulo eram a confirmação de que os gentios estavam sendo evangelizados e se convertendo a Cristo.

Paulo aceitou o seu chamado sem reservas. Quando Jesus o fez apóstolo para os gentios, ele sabia que passaria por muitas tribulações por causa disso. Porém, jamais recuou, jamais contestou sua condição, jamais questionou a razão dessas dificuldades. E isso acontecia porque ele enxergava muito além do homem ordinário. Sua compreensão do mistério divino o fez contemplar uma realidade supra cósmica que o libertava das amarguras terrenas, o fazia suportar tudo sem nunca esmorecer. O pregador assumiu seu chamado com todas as conseqüências relativas a ele. Quando aceitou pregar o evangelho fora de Israel, com uma mensagem que iria incomodar tanto judeus como não judeus, tinha a certeza que seria perseguido, machucado e preso. Ainda assim, ele manteve-se firme no propósito de Deus, e cumpriu sua vocação irrepreensivelmente. Dizia, inclusive, que nenhuma tribulação poderia afastar um cristão do amor de Deus e, mesmo passando por qualquer dificuldade, sabia que era mais que vencedor2.

Esta carta de Paulo, claramente, procura explicar para a igreja o que Deus revelou para ele. Em síntese, é a demonstração de que os gentios também tinham parte no plano de salvação divino, que este não era apenas para os judeus, mas uma possibilidade universal. Sabia, porém, que até aquele momento, essa realidade era um mistério oculto, ou seja, uma verdade que existia, mas não havia sido ainda revelada. E Deus escolheu exatamente Paulo para receber essa revelação e mais, para administrá-la. Isso significa que ele era o arauto de Deus para os povos pagãos. Foi ele o incumbido de deflagrar essa mensagem e explicá-la.

Havia plena consciência, no apóstolo, de que sua mensagem era nova para os homens, e talvez até mesmo incompreensível, principalmente para os judeus. Tendo sido ele um zeloso religioso, sabia muito bem o que pensavam seus antigos pares e como compreendiam a relação de Deus com o povo de Israel. A pregação para os gentios, sem o proselitismo tradicional judaico, pelo contrário, mesmo liberando os pagãos de se agregarem à religião judaica, só poderia trazer escândalo e ódio por parte de seus concidadãos. Mas este era seu chamado, e como já dito, Paulo o aceitou plenamente.

Aquele homem sabia, inclusive, que o mistério revelado a ele era tão grande, que não era conhecido nem mesmo de anjos e demônios. Essa é uma passagem impressionante desta carta. Ele diz que para ele foi dada a graça de anunciar aos gentios o mistério que esteve oculto em Deus, para que, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus3.

No entanto, que não se confundam, nem se embaracem num aparente paradoxo. O mistério oculto (salvação dos gentios) era um mistério para os homens, mas estava em Deus por toda a eternidade. Desde o princípio havia um plano de salvação para os pagãos, o qual foi colocado em evidência no momento certo. Os gentios não são uma sobra da salvação rejeitada pelos judeus, mas estavam, sim, dentro dos propósitos divinos desde toda a eternidade4. Quando na carta aos Romanos Paulo diz que o evangelho é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê: primeiro do judeu e também do grego5, claramente está evidenciando uma ordem cronológica de apresentação dessa salvação, jamais uma ordem preferencial.

Paulo assumiu com amor o seu chamado e desejou, ardentemente, compartilhar a verdade do evangelho com todas aquelas pessoas. Ansiava por vê-las aos pés de Cristo, deixando para trás seus cultos místicos idólatras. Queria muito que eles compreendessem a verdade da salvação de Deus, mas sabia que tal compreensão só poderia ser alcançada se houvesse uma intervenção real do Espírito Santo, seguida de uma fé incontestável em seus corações e amor irrepreensível em suas almas6. Com todas essas coisas entranhadas no espírito humano, aí sim, poderiam eles alcançar o nível de compreensão das coisas.

Quando Paulo diz que os santos poderão compreender perfeitamente qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade7, está deixando claro que aquilo que Deus revelou é possível ser compreendido pela mente humana. Diferente de tantos gnósticos que sempre insistiram na necessidade do uso de ritos místicos para se alcançar uma compreensão das coisas elevadas, a Bíblia nos ensina que o homem possui capacidade para entender os propósitos de Deus. Diante disso, vê-se que há dois erros comuns nesta questão: um daqueles que acreditam que apenas por meio de 'rituais misteriosos' se alcança verdades superiores e outro dos que acreditam que a razão, por si só, é capaz de entender a vontade divina. Na verdade, o homem pode, sim, em sua razão, compreender as realidades celestiais reveladas, porém, só alcançará isso, se tiver fé, e amor em Cristo Jesus. Nós não sabemos qual a real capacidade de um cérebro humano, mas podemos dizer, sim, que há coisas que não são simplesmente compreensíveis logicamente, mas demandam uma compreensão mais ampla, que envolve também a intuição e o sentimento. São verdades que simplesmente são, e talvez nem saibamos porque o são, mas que as percebemos num ato cognitivo direto. Isso não tem nada a ver com misticismo, mas é a realidade da constituição do próprio homem. Dessa forma, quando Paulo clama a Deus para que Ele conceda o poder do Espírito Santo aos irmãos, para que eles alcancem uma compreensão inteira da realidade, está levando em consideração esse tipo de compreensão, que não é apenas místico, mas também não é apenas racional, na verdade é uma compreensão com todo o ser (razão, sentimento, intuição e percepção).

Uma das maiores críticas que se faz a qualquer religião é o fato de ela ser achar a 'dona da verdade'. Em primeiro lugar, não há como ser diferente. Uma religião que não tivesse certeza do que prega não poderia ser uma religião, pois quem a seguiria se nem mesmo ela tivesse certa de seus preceitos? Mas, em relação ao cristianismo, isso é ainda mais evidente, afinal ele arroga a si a explicação não apenas do universo, mas de toda a realidade. Isso é um absurdo para os céticos e agnósticos, conduzindo-os a desferirem os mais duros golpes contra a fé cristã, chamando-a de intolerante e soberba. Ocorre que esses críticos jamais poderão compreender o que a Bíblia diz, pois não possuem em princípio a fé. Sendo assim, não têm o amor a Deus que harmoniza todas as coisas, E, por fim, negam a própria percepção, ignoram a própria sensibilidade que, sem dúvida, mostra para eles que há um Deus criador de todas as coisas. O que o cristão faz é exatamente o contrário: ele percebe e sente que há realmente um Deus; antes de compreendê-lo, crê; antes de explicá-lo, ama-o; e depois disso é abençoado com o entendimento das coisas.

Ainda assim, sabemos que há verdades que nem a mente humana pode compreender. Um exemplo é o amor de Cristo8. A razão humana não consegue entender o que move Deus a demonstrar tamanho amor. Como já vimos, Cristo morreu por pessoas que estavam contra Ele, em rebelião. Nenhuma compreensão é possível para isso, nenhum raciocínio pode explicar essa ação. Apenas sabemos que ela é real, mesmo sem podermos explicá-la.

Outra verdade que está além de nossa compreensão é o poder de Deus. O que Ele pode fazer vai muito além do que podemos imaginar. Apesar de sabemos que Deus é infinito em poder, não sabemos exatamente o que isso significa. Não há limite, Ele pode tudo? Nos resignamos em aceitar que isso está além de nossa compreensão.

Está claro, portanto, neste trecho da carta de Paulo, que os gentios fazem parte da família de Deus, e, como todos os homens, têm acesso livre ao Pai, devendo, como qualquer ser humano sobre a face da terra, possuir fé para poder se achegar ao Salvador das almas, que é Jesus Cristo, nosso Senhor.

1Efésios 3.13
2Romanos 8.35-37
3Efésios 3.7-10
4Efésios 3.11
5Romanos 1.16
6Efésios 3.16-17
7Efésios 3.18
8Efésios 3.19

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Efésios 2.11-22

Os que estão espiritualmente mortos não têm esperança. Seus dias são meramente uma seqüência cronológica ininterrupta, aguardando o último suspiro. Se há algum sonho, não passa de planejamento imediato, que morre tão rápido quanto morre a carne do homem. Em quem podem depositar sua confiança? Em sua força, seus ideais, sua frágil capacidade, ou em um Estado, em uma utopia? Tudo isso passa tão velozmente que as palavras do sábio podem ser repetidas altissonantemente: Tudo é vaidade!1

Os deuses pagãos jamais ofereceram qualquer esperança para o homem. Eram eles apenas uma idealização que, longe da perfeição, tentavam elevar o ser humano a padrões de virtuosidade. Seus favores, porém, não passavam de concessões imediatas, as quais estabeleciam alguma possibilidade de uma vida melhor. Eram melhores colheitas, vitórias em guerras, prosperidade material; nada muito além disso. Esperança eterna? Não havia muita! Apesar de a maioria dos povos crerem em uma eternidade, esta não passava de um Hades comum. O além-vida era algo inexorável, uma continuação prosaica da vida terrena, mas que não abarcava a idéia de recompensa ou conquista. Ir para o além era comum e não significava, absolutamente, um aprimoramento existencial. Me arriscaria a dizer até que, pelas descrições do além feitas por poetas e escritores gregos, por exemplo, o Hades estava mais próximo a uma idéia de inferno do que de paraíso. De qualquer forma, essa era a vida pagã, uma vida sem Messias, sem esperança eterna.
Em Israel isso era um pouco diferente. Os judeus criam em um Deus único, perfeito e eterno. Deus, não é apenas uma idealização, um exemplo, é a fonte da existência, o princípio e o fim. A Ele todos devem seu ser e para Ele devem se conduzir. Nisso acabava existindo já uma idéia de recompensa. Se Deus é perfeito, alguma exigência deve haver para receber os seus justos favores. É verdade que mesmo os judeus não faziam uma idéia muito clara de paraíso e inferno e também tinham suas esperanças muito voltadas para as recompensas terrenas. Porém, diferente dos povos pagãos, em sua teodicéia já havia inserida a idéia do Messias libertador, da necessidade do perdão para a redenção e o sistema de compensação pós-vida. Talvez o povo judeu não compreendesse todas as coisas, mas tudo estava já inserido em suas leis, em seus ritos, em sua simbologia. Deus, ao proporcionar ao povo uma revelação sagrada, já manifestara todo o seu plano, sua forma de agir e sua presciência.

Não podemos olvidar da aliança de Deus com o povo, suas promessas para ele. Não havia nada parecido no mundo gentio. Os deuses pagãos viviam suas vidas em si mesmos, apenas esporadicamente atuando sobre o ser humano. Ainda assim, quando imaginava-se essa atuação, normalmente era ela independente de qualquer valor moral ou espiritual, sendo inclusive, tantas vezes, movida por interesses absolutamente pessoais. O Deus de Israel, de maneira completamente diferente, era o Deus atuante, que conduzia o povo, que acompanhava e interferia na história desse povo, que indicava o caminho, que castigava e recompensava. Era o Deus vivo que tinha o poder sobre tudo e todos. É evidente que a Aliança de Deus só podia estar com o povo de Israel, afinal os outros povos sequer conseguiam alcançar a idéia do Deus Todo-Poderoso como os judeus já compreendiam.

Porém, sendo aqueles deuses gentios apenas idealização, não existindo de fato, é óbvio que mesmo aquele povo pagão era criatura do Deus Verdadeiro e Eterno. De alguma forma, aqueles homens e mulheres estavam dentro da realidade divina e eram amados pelo Deus Criador. Mesmo havendo um pacto entre Deus e o povo judeu, os povos gentios não foram excluídos da realidade eterna do Senhor. Desde o princípio, Deus havia preparado o redentor, que seria não apenas o redentor de Israel, mas o salvador de todos os povos, de todas as raças, línguas e nações.

Os judeus, no entanto, não poderiam saber disso. Se mal compreendiam sua própria redenção, como poderiam vislumbrar uma salvação, por meio de seu Messias, de povos incrédulos e idólatras? Ocorre que esse era o grande mistério que Paulo afirma que existia na mente de Deus, e que, a partir de Jesus Cristo, foi revelado de maneira completa.

Os pagãos estavam longe da salvação não porque Deus os houvesse abandonado, mas porque eles se agarraram aos seus deuses e neles compreendiam sua realidade. Nesses povos, não havia lugar para um Deus Único e suficiente. Quando estes povos, por meio de seus sábios passaram a, de alguma maneira, questionar sua infindável ordem de deuses é que parece que o terreno começou a ser preparado para a aceitação, por eles, da idéia de um Deus Único e verdadeiro. Talvez por volta do século III antes de Cristo começaram a haver as primeiras discussões sobre a existência dos deuses e sua razão de existirem. Mesmo sendo ainda questionamentos tão distantes da realidade existente, já era um prenúncio e, quem sabe, um princípio para a pregação posterior do Evangelho. Deus sabe essas coisas, e quando a Bíblia diz que Cristo veio na plenitude do tempo2, esse talvez seja um dos fatores que contribuíram para isso.

De qualquer forma as palavras de Paulo são bem claras: eles estavam sem Messias, não faziam parte do povo de Deus, não tinham esperança, e viviam sem Deus no mundo.
O Messias era o libertador, aquele que salvaria o povo da opressão e da escravidão. Talvez os judeus não compreendessem que essa libertação era de algo muito maior do que o cativeiro terreno, mas, de qualquer forma, havia a esperança real no salvador. Essa esperança manteve a coesão do povo e sua existência. Imagine um povo sem terra que mantém suas raízes durante milhares de anos. Essa é a história do povo de Israel. Foram cativeiros, escravidão, deportações, expulsões, massacres e holocaustos. Ainda assim, esse povo continuou a existir, manteve-se como uma raça, preservou sua língua e sua identidade. Ora, isso apenas pode ocorrer se houver algum princípio que o mantenha coeso, unido e identificável. Esse princípio é a esperança no Messias. Essa esperança é o norte que sempre conduziu esse povo e o manteve alerta.

Sem essa esperança, não é possível manter-se. No fundo, todos percebemos que a vida é vaidade. Vivemos entre tristezas e alegrias, e, de uma maneira ou de outra, morreremos. Ainda que haja a crença num mundo posterior, ela só dá algum sentido para a vida atual se esse além-mundo for também um além-existência. Se crêssemos apenas em uma continuação ininterrupta da vida terrena, não haveria qualquer necessidade de libertação, de salvação. Desse jeito, se a vida aqui neste mundo tiver suas incoerências, seus desatinos e sua falta de sentido, a vida além não seria diferente. Com isso, a escravidão espiritual seria eterna, alterando apenas o local de onde ela se daria.

O salvador é necessário! Isso foi revelado aos judeus muito antes. Não se pode aceitar que toda fragilidade desta atual existência seja eterna. Não se pode aceitar que o que Deus preparou para o homem seja essa vida pequena e fugaz. A eternidade superior, perfeita, livre das impurezas terrenas é tão necessária que não pensar nela é quase que um suicídio. E de tão necessária ela se torna óbvia, e de tão óbvia sua inexistência é impensável.

Excluindo qualquer dúvida da existência de uma vida eterna paradisíaca, porém, sendo ela não uma continuação automática da vida presente, seu acesso só pode ocorrer como conseqüência do que se faz nesta vida. No entanto, não havendo ser humano capaz de produzir obras que o conduzam a essa eternidade perfeita, foi necessário que o próprio Deus, fazendo-se homem, derramasse seu sangue, possibilitando assim, para aqueles que aceitassem esse sacrifício, o acesso a eternidade maravilhosa do céu. Este Homem é o Messias esperado. Ele veio, Ele morreu, Ele deu seu sangue, e Ele venceu, então, a morte, Ele nos deu a vida, Ele nos deu acesso a Deus. Quem não tem o Messias não tem o céu, quem não tem o Salvador, não tem a esperança, e isso é o que ocorre a todos que estão fora da realidade cristã.

Os povos pagãos não faziam parte do povo de Deus, pois não o compreendiam. Assim, estavam fora da esperança. Eram estranhos à Aliança da promessa porque não poderia haver promessa a quem não acreditava na oferta. Ainda que Deus falasse aqueles povos, ainda assim seriam palavras ao vento, pois não as teriam como respostas, já que seus questionamentos eram muito diferentes.

De toda forma, mesmo os gentios estavam no plano de Deus, e o sangue do Messias não fora derramado apenas para o povo judeu, mas para toda a humanidade. Diante disso, na plenitude dos tempos, essa verdade precisava chegar aos ouvidos pagãos e possibilitar a eles a conversão. Aqueles que tão longe estavam, não apenas fisicamente, mas em sua própria concepção de existência, agora poderiam ser aproximados. O preço já estava pago e tanto os judeus como os pagãos poderiam ter acesso à esperança da eternidade ao lado de Deus.

Se Deus não faz acepção de pessoas, e todos estão incluídos no seu amor, não havia como deixar de fora mesmo os povos mais distantes. Ainda que os judeus não compreendessem isso, pois concebiam uma libertação nacional e terrena, tiveram que aceitar essa verdade, uma verdade que foi revelada simbolicamente a Pedro e de uma maneira ainda mais completa para Paulo. A partir de Cristo, não haveria mais separação entre judeus e o resto do mundo. Não haveria mais a exclusividade que norteou Israel durante tanto tempo.

O muro da separação caiu. Ressaltemos, no entanto, que esse muro existia principalmente na visão judia da realidade. No coração de Deus o homem sempre foi apenas uma espécie, criada a sua imagem e semelhança. Mas essa verdade não estava disponível para o imaginário israelense, que conhecia a revelação da lei e pouco compreendia toda a profundidade da graça já nela contida. Em Cristo, porém, foi descortinado esse mistério oculto, esse conhecimento escondido e, a partir dele, todos podem ser apenas um em Jesus. Daquele instante em diante, era necessário compreender que não poderia haver mais inimizade entre judeus e gentios, já não cabia mais a separação que havia inclusive no próprio Templo de Jerusalém, no qual os gentios podiam permanecer apenas nas partes exteriores.

O que o homem antigo compreendia era apenas a sombra da realidade. Sua vida era conduzida por ordenanças que apenas refletiam, como um espelho, a verdade. O judeu daquele tempo seguia essas ordenanças e sua virtude residia exatamente em fazer bem isso. Mas Deus não é um deus de sombras e reflexos, e sim a realidade plena, a verdade – que nunca deixou de ser – que precisava se definitivamente descortinada. E isso ocorreu com a vitória de Jesus na cruz. O véu foi literalmente rasgado e o sentido mais profundo daquelas ordenanças se apresentou ao mundo. A Lei era inimizade, não porque fosse uma regra de preconceitos, mas, precisamente por ser lei, precisava determinar o que era e o que não era. Para ensinar, que era o seu grande propósito, precisava definir os pecados, afastar as impurezas, determinar os ritos de expurgo etc. Com isso, invariavelmente, ela excluía, condenava. Porém, com a revelação do entendimento final do intuito da lei, toda exclusão pré-determinada, toda condenação antecipada perde o sentido. O que há, enfim, é a apresentação da verdade, mas uma verdade disponível a todo homem, que escolhe, simplesmente, se a aceita ou se exclui dela por si mesmo.

A revelação, agora compreendida, não mais desune, mas aproxima o ser humano. E isso deve produzir a formação de um homem novo, restaurado no Espírito do próprio Deus. Não apenas homens novos, mas um modelo perfeito, um arquétipo santo. Esse protótipo é o próprio Cristo, no qual todos devem se espelhar, a quem todos devem servir e se submeter. Deus não deve ser mais chamado o Deus dos judeus, não deve mais ser nominado o Senhor de Israel. Deus é o Deus dos homens, de toda a raça humana, que foi reunida em Jesus Cristo para O adorarem. O acesso ao Pai é livre a qualquer um, independente de raça, cor ou nacionalidade.

No mundo há apenas uma família de Deus, a qual trabalha em favor do Evangelho de salvação, nessa luta incessante contra Satanás e seus anjos3. Um só corpo, uma só fé, um só batismo e um só espírito. Uma unidade que deve abalar as portas do inferno, saqueando vidas que caminham para a perdição, conduzindo-as à maravilha da eternidade ao lado de Deus. Guiados pela Palavra de Deus (fundamento dos apóstolos e dos profetas), o povo do Senhor, obedecendo as ordens de Cristo, propagando a sua verdade, como uma missão inescusável, se mantém firme numa só esperança, que é a certeza de viver eternamente junto ao Pai Celeste.

1Eclesiastes 1.2
2Gálatas 4.4
3Efésios 6.12