quarta-feira, 30 de maio de 2007

Fé pela Fé: passos sem direção

A fé é o caminho. Por ela é possível acreditar em algo sem descartar hipóteses divergentes, pois a busca do sábio é a verdade. A fé não é um refúgio para os ignóbeis, mas é a trilha em busca do destino real. Ter fé é querer a verdade e acreditar que ela existe no objeto da crença. Essa fé é adquirida por diversos meios, como conseqüência de experiências diversas. Mas ela não é um fim em si mesma. É a metade do caminho. O destino é a verdade, o real.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

O Cristão e o Velho Testamento

Voltando à questão da homossexualidade acho que nunca chegaremos a um consenso, porque você crê na Bíblia e eu creio na Ciência e vejo a Bíblia como um documento bastante intolerante! (ps. isto não é uma ofensa). Causa-me estranheza também o fato de vários pecados, escritos na Bíblia, tanto no Antigo como no Novo testamento, hoje já não são considerados pecados e a homossexualidade, ainda, permanece como pecado. Este texto, abaixo, é muito interessante e fala sobre isto!
http://www.estudos-biblicos.com/fundamen.html
Até hoje nenhum teólogo, ou pastor ou padre, etc., conseguiu me dar uma explicação convincente!

Johnie Brito



Amigo Johnie, tomei a liberdade de postar parte de seu comentário ao artigo ‘Da República das Bananas à Ditadura Homossexual’, por entender a matéria de interesse de meus leitores. Obrigado por postar aqui e deixe-me tentar lhe expor o meu entendimento sobre o assunto.

É verdade que a Bíblia é intolerante. Mas você precisa entender que ela se declara a verdade e a verdade é intolerante. A verdade não aceita contestação pois a contestação da verdade é a não-verdade, portanto, a não-existência. Se a Bíblia lhe parece intolerante é por uma questão de lógica e não de presunção.

Em relação aos pecados do Antigo Testamento, descritos no link que você postou, é necessário entender o plano de salvação de Deus. Resumidamente é assim: Deus criou o ser humano e este se rebelou em desobediência. Sendo Deus eternamente santo, e não podendo comungar com o que não é puro (impossibilidade natural), precisou criar uma fórmula que justificasse o ser humano, possibilitando o seu relacionamento com Ele. Mas, para isso, um preço precisava ser pago. Como todo pagamento deve ser feito com algo da mesma espécie da dívida, era necessário que um ser humano (ou até mesmo alguns) assumisse a impureza (pecado) dos outros seres humanos. Porém, nunca houve e nunca haverá ser humano puro o suficiente para isso. Portanto, por amor, Deus envia seu filho (que é Deus em essência), para humilhar-se, tomando forma limitada de homem e assumindo, inclusive, a natureza humana, para que ele cumprisse tal dolorosa missão. Jesus vem para morrer pela humanidade e, dessa forma, possibilitar a salvação para todos os homens. Ele é morto, mas como a morte apenas tem força contra o pecado (sentido lato), ela não pode deter aquele que não tinha pecado. O que Deus oferece, a partir daí, é a possibilidade de, apenas crendo e aceitando esse sacrifício como eficaz na minha vida, eu seja justificado (formalmente declarado puro) e possa comungar com Ele.

Este é o plano de salvação. Mas, para entende-lo, é necessário todo um período de preparação e ensinamento que permita que o ato de Jesus seja cognoscível pela humanidade. Aí entra o Velho Testamento. Ele é esse ensino. Se ele é duro, intolerante, sangrento, talvez o seja na ótica do homem moderno. Mas para o indivíduo de seu tempo, ele refletia a realidade de todos os povos. E por essa realidade que Deus ensina o que estava sendo preparado para a salvação do mundo.

A Bíblia ensina assim, em Gálatas 3: 21-25:

“...a lei é contra as promessas de Deus? De nenhuma sorte; porque, se fosse dada uma lei que pudesse vivificar, a justiça, na verdade, teria sido pela lei. Mas a Escritura encerrou tudo debaixo do pecado, para que a promessa pela fé em Jesus Cristo fosse dada aos crentes. Mas, antes que a fé viesse, estávamos guardados debaixo da lei, e encerrados para aquela fé que se havia de manifestar. De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados. Mas, depois que veio a fé, já não estamos debaixo de aio”.

O que diz este texto? Que a lei (Velho Testamento) foi o nosso tutor (aio), aquele que ensina a criança até ela encontrar a maturidade. Chegando esta, o homem, não sendo mais criança, não precisa mais dele e pode seguir seu caminho. A humanidade não precisa mais da lei do Velho Testamento, pois ela se encerrou em Jesus. Ainda é um guia de princípios, de compreensão de Deus, mas não possui qualquer força normativa. Vivemos sob a graça de Cristo e nele está o entendimento da verdade. O que fazemos não deve mais ser guiado pela formalidade vazia, mas pela intenção direcionada à vontade de Deus (adoração).

Voltando a colocação da Sra. Laura Schlessinger, foi ela absolutamente infeliz ao querer justificar a pecaminosidade da homossexualidade exclusivamente em um texto do Velho Testamento. Isso é precário. Apesar de ali a Lei expressar que o ato é abominação, diferente de outras regras que não possuem qualquer adjetivação, há textos no Novo Testamento que dizem do descontentamento de Deus com tal prática (Romanos 1.26-27; 1Coríntios 6.9).

Resumindo: o Velho Testamento é apenas um preparativo, um educador, para compreendermos o sacrifício de Jesus por nós. Sem o Velho Testamento, o ato de Jesus seria incompreensível e é por isso que a Bíblia diz que Cristo veio ao mundo na ‘plenitude dos tempos’ (Gálatas 4.4).

Caro Johnie, é provável que eu não tenha lhe convencido, afinal todo o narrado só é possível apreender pela fé. Estou certo, ao menos, que dei-lhe uma explicação lógica, baseada na minha fé, sobre essa questão levantada.

Um grande abraço.

Fabio Blanco

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Da República das Bananas à Ditadura Homossexual

Nunca foi costume meu escrever sobre homossexualismo. Sempre mantive esse tema à parte de minhas divagações. Tratei sempre o homossexualismo como pecado (conforme minha fé cristã), porém, jamais o coloquei numa posição mais importante em relação aos outros pecados. Aliás, sempre tive o homossexualismo como um pecado menor até, pois é algo que feriria, em princípio, apenas os optantes. Diferente de erros maiores, os quais costumam prejudicar terceiros, o homossexual cometeria um pecado que desagrada a Deus somente, por isso, apesar de ser um erro, seria apenas mais um erro. Esta forma de pensar talvez venha de minha formação, um tanto liberal, mesmo sendo criado na igreja batista. Claro, não uma liberalidade de costumes, e nem de fundamentos (creio na Bíblia como a palavra de Deus), mas de idéias. Como comecei a ler livros mais profundos muito cedo (com 15 anos aproximadamente), aprendi a compreender que mesmo às questões que parecem mais pacificadas os homens podem dar interpretações diferentes, e até mesmo convincentes. Assim, nunca me apeguei demais às tradições e aos costumes, sendo, inclusive, um crítico contumaz de muitos deles. Me acostumei, também, a ter idéias muito pessoais sobre diversos assuntos, sem me preocupar se tais pensamentos vão ao encontro do pensamento dominante. Mas aprendi a não ser teimoso também. Posso mudar de idéia facilmente, bastando encontrar um argumento melhor do que aquele que carrego. Não há nada pior do que alguém que diz que pensa, mas age como uma mula.

Quando assisti ao vídeo da entrevista do Marcelo Crivella ao Jô Soares, o que mais me chamou a atenção não foi o tema homossexualismo, mas as incoerências dos argumentos, os quais, no meu entender, estavam sendo uma agressão ao bom senso e à inteligência alheia. Tanto é verdade que eu estava preparando um vídeo contendo a primeira parte da entrevista, na qual as partes debatiam sobre um projeto de adição à Lei Rouanet, de incentivo à cultura. Nesta parte já havia muitos absurdos e incoerências. Porém, quando gravei a parte do assunto homossexualismo, entendi que já havia ali material suficiente para demonstrar a quantas anda o pensamento nacional. Acontece que subestimei a ignorância (‘Nunca subestime a ignorância, ela sempre poderá surpreende-lo’) dos interlocutores. Já me surpreendeu a reação da platéia no próprio programa do Jô, rindo e aplaudindo de todos os absurdos que este externava. E, vejam bem, não estou me referindo às interpretações bíblicas, questões pessoais de fé ou opiniões, estou falando de lógica e bom senso. Me chamou a atenção as pessoas não perceberem a falta de conteúdo e razão daquela entrevista e ainda apoiarem o entrevistador. Mais espantado ainda fiquei ao procurar comentários sobre o programa. Com algumas honrosas exceções, a grande maioria dizia que o Jô deu uma aula no senador Crivella. Por fim, também me pasmou o fato de a Globo disponibilizar esse vídeo em seu site (de onde tirei as imagens). Isso apenas demonstra que nem lá perceberam a entrevista desconexa que foi aquela. Mas, o que mais me fez pensar, foi a reação dos próprios internautas que assistiram ao vídeo no Youtube. Uma boa parte deles, dizendo-se ou dando a entender que são homossexuais, enviaram para mim mensagens raivosas, inconformados com o meu trabalho. Defendendo a proibição da livre expressão, me xingaram, condenaram, e desejaram até minha morte. Defendendo a tolerância, destilaram todo o ódio ao cristianismo e desejaram que todas as igrejas fossem fechadas. Defendendo o fim do preconceito, expuseram todo seu pensamento pré-concebido em relação aos cristãos, demonstrando a total falta de conhecimento do que somos e o que pensamos. Agiram como Calígula defendendo a moralidade, como Hitler proclamando o amor, como Bush conclamando à paz.
O que eles não percebem é que estão dando um tiro no próprio pé. Acredito que 99% desses internautas sequer passaram o olho no projeto de lei. Não sabem do que exatamente se trata e que a religião está sendo protegida também. E, por ela, esse tipo de agressão aos cristãos se tornaria intolerável. Então porque não defendo a lei, já que ela protegeria minha fé? Porque os males seriam maiores do que as críticas que a religião ou a opção sexual podem receber. Com a lei, subjetiva como ela está, tudo poderia ser motivo de ingresso de ação cível ou criminal. Teríamos o risco de começarmos a viver um puritanismo às avessas. Talvez nem piadas poderiam ser mais contadas em público (Jô, cuidado, você também pode ser uma vítima dessa lei!). Acham que eu estou exagerando? Então aguardem a análise que estou preparando e vocês vão ver do que se trata. Sairíamos da República das Bananas e entraríamos na Ditadura Homossexual. Talvez o slogan do governo passe a ser: ‘Aceite-o, ou deixe-o’. Dizem que um povo defende melhor seus valores mais apreciados, e nós sabemos qual parte do corpo o brasileiro mais aprecia.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

O Meu Céu

Ah! Como eu imagino o céu?

Acordando cedinho, com só um pouquinho de sono, depois de uma noite fria, mas agradável, sentindo o cheiro do café feito por alguém que não é minha esposa (afinal, não nos daremos em casamento), abrindo a janela, sentindo o exalar do orvalho e vendo a leve névoa passar.

Tomo um café da manhã gostoso, e sento à porta de casa, contemplando, por um tempo, a felicidade daqueles que ao meu redor vivem.

Aí, Jesus chama a gente, nos põe a sentar à sua volta, e começa a falar palavras sábias e belas, que nos ensinam, a cada dia, um pouco mais sobre a existência. Por vezes, ele apenas expressa palavras ritmadas, numa poesia que nos eleva e afaga.

Enlevado, com tanta sabedoria, me retiro ao leito de um rio cristalino, a meditar sobre cada palavra, cada frase, cada colocação feita pelo Mestre.

Completamente satisfeito com tudo aquilo, me ponho então a caminhar, conhecendo novos lugares, visitando amigos mais distantes e apreciando este mundo maravilhoso.

O restante do dia, em meditações e boas conversas, passo com meus amigos, que são tantos, quase infinitos, dos quais, grande parte, eu nem conheço. Todavia, toda vez que encontro alguém desconhecido, é como se encontrasse um familiar querido e há muito distante.

Final de tarde, iluminados por uma estrela muito mais linda que o formoso sol, nos concentramos, todos nós, numa praça lindíssima, onde passamos algum tempo cantando músicas jamais ouvidas aqui na Terra, com melodias tão agradáveis, que se fossem tocadas aqui, não sairiam das paradas jamais.

À noite, na verdade apenas uma mudança de iluminação, para que nossos olhos descansem, sentamos em grupos ao redor de fogueiras, tentando compartilhar a compreensão de cada um sobre as palavras de Jesus.

Talvez esse céu seja humano demais, mas, no que pode minha mente alcançar, é o melhor dos mundos.

Se for diferente, é certo que será ainda melhor.

Fabio Blanco.