sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Soneto à Insistência e aos que se Vão




Insisto por uma estrada infeliz

Feita a trilhar, sem alma e ferida.

Nos passos que persevero e quis,

O sustento da alma sofrida.


Pois eu sei: a verdade se mostrou

Inerme, segura e bem tranqüila.

Indiferente ao mal que me causou

Em minh'alma nocente apatia.


Quem disse então: os versos não podem

Curar toda esta estranha ferida,

Lá no fundo da alma sofrida.


Sempre esquece que os tempos não morrem;

E ainda que sem a despedida,

Não podem evitar a partida.