sexta-feira, 18 de maio de 2007

Da República das Bananas à Ditadura Homossexual

Nunca foi costume meu escrever sobre homossexualismo. Sempre mantive esse tema à parte de minhas divagações. Tratei sempre o homossexualismo como pecado (conforme minha fé cristã), porém, jamais o coloquei numa posição mais importante em relação aos outros pecados. Aliás, sempre tive o homossexualismo como um pecado menor até, pois é algo que feriria, em princípio, apenas os optantes. Diferente de erros maiores, os quais costumam prejudicar terceiros, o homossexual cometeria um pecado que desagrada a Deus somente, por isso, apesar de ser um erro, seria apenas mais um erro. Esta forma de pensar talvez venha de minha formação, um tanto liberal, mesmo sendo criado na igreja batista. Claro, não uma liberalidade de costumes, e nem de fundamentos (creio na Bíblia como a palavra de Deus), mas de idéias. Como comecei a ler livros mais profundos muito cedo (com 15 anos aproximadamente), aprendi a compreender que mesmo às questões que parecem mais pacificadas os homens podem dar interpretações diferentes, e até mesmo convincentes. Assim, nunca me apeguei demais às tradições e aos costumes, sendo, inclusive, um crítico contumaz de muitos deles. Me acostumei, também, a ter idéias muito pessoais sobre diversos assuntos, sem me preocupar se tais pensamentos vão ao encontro do pensamento dominante. Mas aprendi a não ser teimoso também. Posso mudar de idéia facilmente, bastando encontrar um argumento melhor do que aquele que carrego. Não há nada pior do que alguém que diz que pensa, mas age como uma mula.

Quando assisti ao vídeo da entrevista do Marcelo Crivella ao Jô Soares, o que mais me chamou a atenção não foi o tema homossexualismo, mas as incoerências dos argumentos, os quais, no meu entender, estavam sendo uma agressão ao bom senso e à inteligência alheia. Tanto é verdade que eu estava preparando um vídeo contendo a primeira parte da entrevista, na qual as partes debatiam sobre um projeto de adição à Lei Rouanet, de incentivo à cultura. Nesta parte já havia muitos absurdos e incoerências. Porém, quando gravei a parte do assunto homossexualismo, entendi que já havia ali material suficiente para demonstrar a quantas anda o pensamento nacional. Acontece que subestimei a ignorância (‘Nunca subestime a ignorância, ela sempre poderá surpreende-lo’) dos interlocutores. Já me surpreendeu a reação da platéia no próprio programa do Jô, rindo e aplaudindo de todos os absurdos que este externava. E, vejam bem, não estou me referindo às interpretações bíblicas, questões pessoais de fé ou opiniões, estou falando de lógica e bom senso. Me chamou a atenção as pessoas não perceberem a falta de conteúdo e razão daquela entrevista e ainda apoiarem o entrevistador. Mais espantado ainda fiquei ao procurar comentários sobre o programa. Com algumas honrosas exceções, a grande maioria dizia que o Jô deu uma aula no senador Crivella. Por fim, também me pasmou o fato de a Globo disponibilizar esse vídeo em seu site (de onde tirei as imagens). Isso apenas demonstra que nem lá perceberam a entrevista desconexa que foi aquela. Mas, o que mais me fez pensar, foi a reação dos próprios internautas que assistiram ao vídeo no Youtube. Uma boa parte deles, dizendo-se ou dando a entender que são homossexuais, enviaram para mim mensagens raivosas, inconformados com o meu trabalho. Defendendo a proibição da livre expressão, me xingaram, condenaram, e desejaram até minha morte. Defendendo a tolerância, destilaram todo o ódio ao cristianismo e desejaram que todas as igrejas fossem fechadas. Defendendo o fim do preconceito, expuseram todo seu pensamento pré-concebido em relação aos cristãos, demonstrando a total falta de conhecimento do que somos e o que pensamos. Agiram como Calígula defendendo a moralidade, como Hitler proclamando o amor, como Bush conclamando à paz.
O que eles não percebem é que estão dando um tiro no próprio pé. Acredito que 99% desses internautas sequer passaram o olho no projeto de lei. Não sabem do que exatamente se trata e que a religião está sendo protegida também. E, por ela, esse tipo de agressão aos cristãos se tornaria intolerável. Então porque não defendo a lei, já que ela protegeria minha fé? Porque os males seriam maiores do que as críticas que a religião ou a opção sexual podem receber. Com a lei, subjetiva como ela está, tudo poderia ser motivo de ingresso de ação cível ou criminal. Teríamos o risco de começarmos a viver um puritanismo às avessas. Talvez nem piadas poderiam ser mais contadas em público (Jô, cuidado, você também pode ser uma vítima dessa lei!). Acham que eu estou exagerando? Então aguardem a análise que estou preparando e vocês vão ver do que se trata. Sairíamos da República das Bananas e entraríamos na Ditadura Homossexual. Talvez o slogan do governo passe a ser: ‘Aceite-o, ou deixe-o’. Dizem que um povo defende melhor seus valores mais apreciados, e nós sabemos qual parte do corpo o brasileiro mais aprecia.